Crimes, por Ferdinand Von Schirac – resenha

Salve salve seres humanos da terra.
Hoje eu quero falar de um livro. Não vou falar dos grandes clássicos nem dos best sellers infanto juvenis que possuem trilhões de reviews espalhados em sites por aí. Vou falar de um livrinho mais b, um livro do qual eu nunca tinha ouvido falar até que eu me deparei com ele em um sebo e me encantei com sua capinha roxa com uma palavra singela e chamativa escrita em letras garrafais: CRIMES!

 

CRIMES

 

Segue a sinopse do livro e depois meus comentários:

“Um afável médico mata a esposa com um machado, após quarenta anos de casados. Antes de chamar a polícia, ele a esquarteja. Sua confissão é tão extraordinária quanto a pena que recebe. Ferdinand von Schirach, famoso advogado alemão, narra os casos mais curiosos que defendeu. As sentenças e desfechos são fruto de investigações minuciosas e da sensibilidade deste advogado-autor, que nunca se atém à superficialidade dos depoimentos e fatos.” – Sinopse no site da Livraria Cultura

Resumindo da maneira mais imbecil possível: É um livro sobre histórias de crimes incomuns.

Antes de entrar na minha crítica de fato, vale lembrar que existe uma controvérsia sobre a veracidade dos contos desse livro.

“Nas dezenas de países em que Crimes, de Ferdinand Von Schirac, foi publicado, discutiu-se o gênero dos contos que compõem o livro. Seriam ficção ou não ficção? Optamos por apresentar como não ficção essas histórias escritas por um dos mais respeitados criminalistas da Alemanha, porque foi assim que ele mesmo apresentou em seu país, onde o livro vendeu mais de 400 mil exemplares – casos que defende ou dos quais tomou conhecimento ao longo de sua trajetória profissional. O que não muda o o fato de serem textos  magnificamente escritos, com a rara capacidade de borrar qualquer fronteira entre vida e arte, realidade e fabulação.

Nos Estados Unidos , onde Crimes foi tratado como ficção…” – trecho retirado do prefácio do livro, por Luciana Villas Boas

 

Eu li como ficção, especialmente pelo fato do autor citar nomes, o que seria problemático para ele enquanto advogado.

Mas e o que eu achei? O livro é maravilhoso. Alguns contos começam devagar, mas cada um deles, sem exceção, te surpreende no final. Tem conto sobre preconceito, tem conto sobre loucura, tem conto sobre amor e tem conto sobre a morte apenas. Pessoas aparentemente comuns, enlouquecendo, matando e morrendo.

Estou louco? Não sou um Hannibal Lecter. Ou sou?

 

Ferdinand escreve muito bem. Seu texto é sucinto e cheio de informação. O livro possui 11 contos em 174 páginas.

Apesar de ser um livro sobre crimes, escrito por um advogado, as histórias não entram nos clichês de seriados americanos com seus julgamentos intermináveis, advogados justiceiros e objeções sem fim. Não é isso que você vai encontrar aqui.

O fato de o advogado acreditar que seu cliente é inocente não faz a menor diferença. Sua missão é defendê-lo. Nem mais. Nem menos.

Esse post já está longo demais, então para encerrar eu só quero dizer que é um livro excelente, e que se você vier a ler o terceiro conto, O Violoncelo, e não sentir um incômodo, você não tem coração.

Piadas na mesa de autópsia só existem em romances policiais.

Então é isso. Procure ler esse livro. E caso leia, não deixe de voltar aqui para comentar.

Crimes foi lançado no Brasil em 2011 pela Editora Record, e tem no site da Livraria Cultura por 40 dinheiros.

Um abraço. E tchal.

 

Vulto

Desprezível.

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