A Bruxa – resenha atrasada e reflexões (e spoilers)
Salve, salve, seres humanos da terra.
Depois de muito, mas muito tempo mesmo, eu finalmente assisti A Bruxa, aquele filme da A24 que ficou famosinho por ser uma coisa chamada Pós-Horror, que basicamente não existe. Enfim, assisti e vou resenhar porque sim. Então vamos lá.
A Bruxa é um filme de 2015 da A24 com roteiro e direção do Robert Eggers.
A Bruxa:
O filme conta a história de uma família de peregrinos puritanos que são expulsos de sua vila e vão viver no meio do nada perto de uma floresta. Supostamente tem uma bruxa no meio da floresta.
A coisa começa ficar estranha quando a filha mais velha da família, Thomasin (Anya Taylor-Joy), fica cuidando do bebê recém nascido e ele simplesmente desaparece. Ele está lá, ela olha para o lado e ele não está mais lá.
Daí começa um drama, porque a colheita ta ruim, a família é pobre, a mãe desconfia da Thomasin por ela ter perdido o bebê, ninguém sabe se tem bruxa, e tem duas crianças que são endiabradas.
Os filhos não podem ir para a floresta, mas secretamente o pai leva o filho, Caleb, lá de forma secreta. E isso começa uma série de segredos entre membros da família, e a mãe vive desconfiada com a Thomasin.
Todo mundo é Bruxa?
Em dado momento, Thomasin e Caleb vão para a floresta, Thomasin cai do cavalo e desmaia e Caleb some. Drama. Tensão. Caleb aparece pelado e todo machucado e quem encontra é Thomasin, o que vai gerar o clímax da história.
A Mãe acha que Thomasin é a Bruxa, as crianças acusam ela, mas ela também acusa as crianças de estarem ligados à bruxa (já que eles ficam conversando com o bode). O filme segue numa tensão brutal até que várias paradas sinistras acontecem e todo mundo morre, exceto a Thomasin.
No fim ela vai conversar com o bode do demônio, que se mostra realmente o demônio. Ela assina o contrato com ele e vira uma bruxa. E em um fim apoteótico (e parcialmente desnecessário) ela tira a roupa, entra pelada na floresta e encontra um monte de bruxas dançando peladas em volta da fogueira e voando. E fim.
O que eu achei de A Bruxa?
Pós-Horror não existe e quem fica chamando esse filme (e similares) de pós-horror, é gente que não quer admitir que gostou de um filme de terror. O Horror abarca esse filme com tranquilidade, então é horror, ou terror psicológico, ou chame como quiser. Tirado essa pedra do caminho, deixa eu dar a minha opinião.
Eu gostei do filme. Ele é incrivelmente sagaz em criar tensão em tudo o tempo todo. Uma família abandonada no meio do cu do mundo, sem colheita, sem nada, tendo que superar o trauma da perda de um filho. Além disso tem a questão deles serem brutalmente religiosos e tudo ser um problema.
É claro que tem algo de sobrenatural e muito errado acontecendo, mas ao mesmo tempo você fica tenso achando que mãe vai pirar e atacar Thomasin, ou o pai, ou qualquer um. Isso porque a presença da Bruxa é uma maldição que se manifesta, também, através da dúvida.
E aí vem o final e encerra o que foi aberto, mata todo mundo e tem a virada clássica de uma história de corrupção, com Thomasin virando uma bruxa.
Eu gosto do filme, mas acho que tem um grande problema: o tema. A coisa da bruxa tem um problema conceitual que é difícil de resolver.
O problema da figura da Bruxa:
A gente sabe que existe todo um uso social da figura da bruxa para matar, prender e se livrar de mulheres indesejáveis. Então a gente sabe que a grande maioria das histórias de bruxa, são só histórias de mulheres indesejadas sendo mortas por conta de uma moral cristã majoritariamente hipócrita.
Mas, quando não é isso, os elementos folclóricos clássicos da figura da Bruxa não são tão bons, porque é tudo uma mistureba de “tudo que há de ruim”. A Bruxa é uma mulher que fez um pacto com o capeta e vive a vida jogando maldições e sacrificando pessoas (preferencialmente crianças e bebês) para poder viver mais, ou ter mais poder.
Então histórias com bruxas do mal de verdade, sempre correm o risco de cair em um maniqueísmo barato. Pessoas aleatórias (nem precisam ser boas, mas se forem, é melhor) caem no território de uma bruxa que quer, sequestrá-los, matá-los e fazer rituais com seus corpos, simplesmente porque sim. Ela é uma bruxa, logo é do mal, então não precisa de explicações.
Voltando para o filme:
Nesse sentido, A Bruxa (o filme) é uma história de uma pobre família que deu o azar de morar perto de uma floresta que tinha um monte de bruxas. A família tem seus problemas interessantes (que é o que mantém o filme em pé), mas no fim é uma história sobre pobres coitados (tementes a Deus) sofrendo a maldição de bruxas e do Satanás, que aparece em pessoa para não deixar nenhuma dúvida.
Apesar de toda essa crítica eu gostei do filme, acho uma boa experiência narrativa e tudo o mais. Porém, essas histórias de “Sim, existem cultos secretos do mal e você deve tomar cuidado” já estão me enchendo o saco.
Na ficção, os teóricos da conspiração estão sempre certos. O problema é que hoje em dia as pessoas não conseguem mais distinguir o que é ficção.
A Bruxa é um filmão e está na Netflix. Recomendo.
Então é isso, filmaço. Adorei.
E você, Já assistiu A Bruxa?
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Um abraço.
E tchau.
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