A Chave Mestra (2005) (filme de macumba?) – Filme velho review
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de Filme Velho Review e eu quero falar desse filme de 2005. Tem gente que vai reclamar, dizer que um filme de 17 anos atrás não é velho, mas não to nem aí. Estamos ficando velhos, aceite isso. Então vamos nessa com A Chave Mestra.
A Chave Mestra (The Skeleton Key) é um filme de 2005 e tem uma história curiosa. Quando eu era garoto, esse filme apareceu para mim como “um filme de macumba”. Eu que não entendia nada de coisa nenhuma assisti assim mesmo. É um filme que eu sempre lembro porque tem um plot twist importante no final. Mas um dia desses eu tava pensando e pensei “Como assim era um filme de macumba? Será que eu estou lembrando certo?”. Daí o filme apareceu para mim na Netflix e eu reassisti. Então vamos falar desse “filme de macumba”
Chave Mestra (2005) – resenha com spoilers:
O filme conta a história de Caroline (Kate Hudson, passa o filme inteiro andando de chinelinho, adorei), uma enfermeira que está cansada de ser enfermeira. Ela se apega aos doentes, mas acha que o hospital não está nem aí para ninguém. Então ela quer mudar de carreira.
Então ela encontra um anúncio de emprego para cuidar de um idoso e morar na casa da família lá em New Orleans. Chegando lá tem uma velha branca, um velho branco em cadeira de rodas que não consegue falar nem se mover (dizem que ele teve um derrame), e um advogado novinho que está cuidando das coisas da família.
Parece que o velho tem medo da velha e ela fez alguma coisa para ele. Ela encontra um porão sinistro com várias paradas sinistras de magia. Então ela vai perguntar para uma amiga negra e ela diz que são coisas de Hudu. Ela diz que não é Vudu, porque Vudu é uma religião e Hudu seria só uma prática mágica que mistura tudo, “parte africana, parte européia e parte nativo-americano”. É uma magia vale tudo, tipo Caoismo.
Daí ela começa a interagir com o velho, a velha é sinistra e ela acha que pode fazer uma magia para curar ele. O Hudu só funciona se você acredita. Ela não acredita, mas se o velho acredita ela pode curar ele. Ela consegue uma mestra que vende uma magia para ela e ela faz e começa a dar certo. O velho quase fala o que aconteceu com ele.
Agora é hora de falar disso.
Mas é macumba ou não é?
A palavra macumba aparece duas vezes no filme.
A primeira é quando Caroline conversa com a velha e ela conta a história de dois criados da casa. Ela quem conta que eles eram mestres do Hudu. Ela diz que Papa Justify era um two-headed doctor. Na legenda traduziram para feiticeiro. E na dublagem ela fala macumbeiro.
A segunda é quando ela vai visitar Mama Cynthia. Ela fala que o velho acredita ter sido… e Mama completa perguntando “Crossed?“. Na legenda fica “Amadiçoado?“. E na dublagem, mudam a ordem do diálogo.
Ela diz: “Conheço alguém que acredito que fizeram uma, não sei como vocês chamam…” e Mama Cynthia completa “Macumba!”.
Então só tem o termo macumba na dublagem. Nem na tradução legendada tem.
Não vou julgar se a tradução é boa ou não. Mas é importante saber que é uma coisa da dublagem.
Voltando ao filme:
O velho começa a melhorar, ela desconfia mais da velha. Tenta fugir com ele. Dá errado, então ela confronta a velha mesmo.
No fim ela é traída pelo advogado, entra em luta com os dois e se tranca no porão lá. Então ela faz um círculo de proteção, mas era fake. Nisso ela se vê presa em um círculo mágico enquanto os vilões fazem a magia principal do filme. Que é a troca de corpo. Jogando a velha dentro do corpo da Caroline.
A ideia é que lá no passado, no flashback contado pela velha, Papa Justify e Mama Cecyl descobriram um jeito de viver para sempre. Isso é, trocando de corpos. Então antes de morrer eles passaram a mente para os filhos de seus donos e anos depois repetiram o processo mais algumas vezes.
Então eles eram dois velhinhos, chamaram o Advogado e passaram a alma de Papa Justuify para o corpo dele. E o velho era um jovem preso no corpo do velho, que toma um líquido lá para ficar paralisado e catatônico. Agora era a hora de chamar uma mulher para que Cecyl pudesse pegar o corpo.
No fim eles conseguem. Caroline fica presa no corpo da velha e dão para ela um copo do suco de tamarindo do mal que deixa ela catatônica. E claro que no meio do processo eles ainda fizeram os velhos passarem as propriedades para os novinhos que são eles mesmos. Afinal, o plano tem que ser completo.
É um belo final de reviravolta. Sempre uso como exemplo.
Fim.
Uma curiosidade:
Eu fiz uma comparação com Magia do Caos, porque é um mistura de um monte de coisas também. No livro Líber Null tem magias de Reencarnação. Eu não levo a sério, mas está lá. Alguém já fez algo assim? Não sei e não ligo.
Não façam isso em casa.
O que eu achei de rever A Chave Mestra?
Primeiro que eu acho o nome A Chave Mestra muito ruim. Até tem a chave no filme, mas ela é pouco relevante. Não sei que nome eu colocaria também sem dar spoiler.
Mas agora falando sério. Bom filme. Envelheceu bem. A tensão do filme funciona muito e te engana um pouquinho caso você não saiba do que se trata. No começo parece um filme de casa assombrada, mas no final é tudo um plano muito doido. Mas, revendo, dá para ver que as pistas estão ali. Então é um roteiro bem construído e entrega uma virada excelente no final.
A Kate Hudson está bem no papel e a Gena Rowlands também. As duas carregam o filme nas costas até porque elas quem estão em tela a maior parte do tempo.
O Hoodoo eu não sei nada, então não posso dizer se o que está no filme bate com as práticas mágicas mesmo. Mas achei tudo bem interessante. Exceto talvez a coisa dos discos. Magia com disco gravado é bem ruim.
Mas gosto da ideia de que a magia só funciona em quem acredita. E ela passa a acreditar porque vê funcionando com alguém, mesmo que diga que não acredita. Gosto desse conceito.
Então é isso. Bom filme. Envelheceu bem. Recomendo.
Mas e você, já fez magia?
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Um abraço.
E tchau.
Macumba é um instrumento de madeira que nada tem haver com o que é feito pelos feiticeiros: feitiço. Magia ruim.
Gostei de sua explicação, bem objetiva.
Que bom que gostou Pamela, deu um trabalhinho ficar vendo e revendo o que era dito no original, na legenda e na dublagem.
Chamar de macumba foi coisa da dublagem mesmo.
Muito obrigado por comentar