Ainda Estou Aqui (filme para Oscar) – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha, eu já tinha um texto escrito, mas precisei jogar para frente, porque esse filme é super importante. Então vamos nessa com Ainda Estou Aqui.
Ainda Estou Aqui é um filme nacional desse ano (2024), com direção do Walter Salles e protagonizado pela Fernanda Torres, casada com o Selton Mello.
O filme conta a história da prisão do ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura. Ainda Estou Aqui é focado na esposa do ex-deputado, Eunice (Fernando Torres) e nos filhos. O filme se baseia no livro escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho mais novo do casal.
O Rubens Paiva era deputado, foi caçado quando a ditadura entrou nos anos 70. Então ele ficou quietinho, cuidando da família e atuando como engenheiro. Porém, só pelo fato de ter sido do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ele continua sendo investigado e seguido pela ditadura. Em 1971 a casa dele é invadida e ele é preso e levado para algum lugar misterioso. Dias depois, os milicos também levam Eunice e uma das filhas. Elas são interrogadas e sofrem tortura psicológica. Eunice fica presa vários dias, sem saber da filha, do marido e tudo o mais. Então ela é liberta.
E aí começa a luta. A luta para que o governo admita que Rubens Paiva estava preso e que, possivelmente, ele estava morto. Enquanto isso, Eunice precisa lidar com seus cinco filhos, sem deixar que toda a sua dor transpareça para os pequenos.
O filme é baseado num livro que é a história real da família. Então não tem spoiler. Mas mesmo assim não vou contar como a história acaba.
O que eu achei de Ainda Estou Aqui?
Esse filme é fantástico! Ele é um filme sobre a ditadura militar, mas ele é muito mais focado na tortura psicológica do que na tortura física. Nós conhecemos os relatos, sabemos dos horrores causados, ossos quebrados, estupros e tudo o mais. Não é minimizando essas dores, mas é necessário contar também as histórias das pessoas que perderam. Da angústia de quem sobreviveu. Da dúvida permanente que se carrega quando não te permitem viver o luto, quando não te permitem enterrar e chorar seus mortos.
Eunice é uma mulher que não chora. Não chora porque não pode, porque precisa ser forte para os próprios filhos. Mas também não pode porque o estado ditatorial brasileiro, os milicos, não permite. Não permite o luto, quando te coloca em estado constante de luta, uma luta que não acaba e não te permite descansar.
Eunice é uma mulher que resiste. Uma mulher que não se deixou quebrar (nem quebrar os filhos). Ela sorriu até o fim e lutou até o fim.
Esse filme é um filme sobre resistir. Sobre dar conta. Dar conta de viver a vida e escavar na família pequenas alegrias e um restinho de força quando tudo a sua volta é horror.
É um filme comovente. Triste e muito potente. E a Fernanda Torres está impecável no papel. Pefeita.
Recomendo demais.
Ainda Estou Aqui está nos cinemas e está sendo cotado como um candidato ao Oscar. Então assista. Dê essa moral para o cinema nacional.
Então é isso. Filmaço! Assista.
E você, o que acha?
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Um abraço.
E tchau.