BREXIT, com Benedict Cumberbatch (2019) – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Esses dias eu fiz um post mostrando o trailer de um filme sobre o Brexit. Pois bem, eu assisti ao filme e vim aqui dar a minha humilde opinião sobre essa obra. Vamos lá falar de Brexit.

 

 

Relembrando o contexto histórico do Brexit de forma bem rápida:

Já tem tempo que se discute no se o Reino Unido deva ou não fazer parte da União Europeia. Os eurocéticos começaram a crescer e ganhar cada vez mais influência pressionando o governo. Em 2013, David Cameron (que era contra a saída) precisou fazer um aceno para essa galera para poder se reeleger como Primeiro Ministro. Então ele prometeu que, se eleito, faria um referendo para que o povo decidisse se gostaria de sair ou não.

Então ele ganhou a eleição e cumpriu a sua promessa. O referendo foi preparado e aconteceu em 2016. A campanha Vote Leave, pela saída do Reino Unido da União Européia, foi coordenada por Dominic Cummings, que utilizou da internet, de algorítimos e de uma estratégia muito controversa que mudou o mundo do marketing político para todo o sempre.

 

 

O Vote Leave ganhou e David Cameron renunciou, deixando o cardo de Primeiro Ministro para alguém realmente interessado em realizar a saída, no caso, Theresa May. Agora o Reino Unido tem que dar um jeito de sair da União Européia.

Oficialmente a data de saída era 29 de Março (sexta-feira passada), mas o congresso não concorda em absolutamente nada, ninguém quer uma saída sem acordo e ignorar a “vontade popular” não é uma opção. Ninguém sabe exatamente o que vai acontecer e a novela do Brexit continua, mas agora com todo mundo sabendo que ninguém vai sair ganhando. Vamos continuar acompanhando.

Então, esse filme é sobre Dominic Cummings e a campanha Vote Leave, responsável (Dominic ou a campanha?) por fazer com que o povo do Reino Unido tomasse uma das decisões mais burras da história da humanidade.

 

BREXIT





O que eu achei de Brexit?

O Brexit é uma burrice tremenda, é isso que eu acho do processo. Mas o objetivo aqui é falar do filme.

Brexit conta exatamente o tipo de história que nos faz lembrar que a vida real é mais estranha (e mais idiota) do que a ficção. Na prática, a história só funciona por ser real. Se fosse um filme de ficção eu diria “Poutz, nada a ver esse roteiro. Não tem como esse povo ser tão burro.”. Mas é verdade, eles fizeram isso mesmo.

Apesar de ser uma história real, não é só jogar a informação na tela. É preciso criar uma narrativa. E nisso, o filme funciona muito bem. Os cortes são rápidos e a narrativa é corrida e insana, exatamente como uma campanha política é, mas tendo seus momentos de calma e planejamento.

É frenético, mas também é extremamente pragmático ao mesmo tempo.

O Benedict Cumberbatch (Dr. Estranho), está incrível no papel e carrega a narrativa nas costas com maestria. A trilha sonora é bem legal e te guia pela loucura do processo ‘eleitoral’.

 

 

Concluindo:

O filme escancara para todo mundo o que algumas pessoas já vêm percebendo a algum tempo. Existe um vulcão de ressentimento prestes a explodir na Europa. As pessoas estão isoladas, e com muita raiva de algo que elas não sabem exatamente o que é, e existe toda uma potência nisso.

Além disso, ainda tem a questão das redes sociais, da micro segmentação e do poder dos dados. Isso é uma coisa com a qual teremos que lidar muito em breve e precisamos saber do que estamos falando.

Se você não entendeu o que esse último parágrafo significa, você é o tipo de pessoa que precisa assistir esse filme. Pelo menos para ter uma primeira visão do que são essas tecnologias que influenciam nossas vidas.

 


Em resumo
, Brexit, além de ter o seu valor como um semi-documentário, é uma ode à falta de bom senso e do total descontrole que existe no nosso mundo moderno. É intrigante, interessante e desesperador. É um baita filme.

Obs.: Existe um outro filme sobre o Brexit em 2016 (Brexit: The Movie, do Martin Durkin) e um documentário de 2018 (Brexit, da Clara Bilbao). Mas eu estou falando do filme de 2019, dirigido pelo Toby Reyes.

Então é isso, um filme fantástico sobre uma história terrível. Eu gostei bastante.
E você, o que sabe do Brexit?
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Um abraço.
E tchau.






Vulto

Desprezível.

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