Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha de filme e eu quero falar de um daqueles clássicos que eu nunca tinha assistido porque sou um ridículo. Porém, finalmente assisti, graças à minha gatita, ao Cabaré. Então vamos lá falar desse filmão.
Cabaré:
Cabaré é um filme de 1972 e é um musical. Mas calma, ele não é um musical daqueles que as pessoas começam a cantar no meio da rua e todos os passantes são bailarinos coreografados. Ele é um filme com diálogos tradicionais, mas que entre cenas, entram momentos musicais no Cabaré que dá nome ao filme e onde uma das personagens trabalham. Então dá para dizer que tem as pessoas vivendo a vida (sem musical) e o filme mostra o que está acontecendo no Cabaré, com um show de música que está acontecendo mesmo (não como nos musicais que a coisa só acontece na nossa cabeça, no mundo real não está todo mundo dançando na rua). Ou seja, os musicais são diegéticos.
A história começa quando um professor britânico, Brian, chega em Berlim, procurando um lugar para morar. Ele quer fazer doutorado, mas ta meio sem grana, então está procurando um quarto para alugar e alunos para que ele possa dar aula de inglês. Chegando, ele conhece Sally, uma cantora americana que canta no Cabaré.
Eles ficam em quartos próximos e logo ficam amigos. Ela dá mole para ele, mas ele diz que não dorme com mulheres. Tem uma trama de um aluno que é meio que um golpista e quer casar com uma moça rica, mas vai se apaixonando por ela. Sally passa por uma decepção com o pai e finalmente ela e Brian se pegam.
Depois disso, os dois conhecem um homem rico chamado Maximiliam. Ele fica flertando com Sally, mas logo vemos que ele tem interesse no Brian também, rolam umas tretas, ciúmes, todo mundo pega todo mundo.
Nazismo:
O grande tema de fundo do filme é a ascensão do Nazismo na Alemanha. Eles estão nos anos 30, possivelmente 1931 e Hitler chega ao poder em 1933. Enquanto acompanhamos a história de amor entre os personagens, o partido cresce no plano de fundo do filme até que os personagens começam a interagir com essas questões.
No começo do filme, em um show do Cabaré, tem um nazista e ele é expulso pelo segurança. Mais para frente vários nazistas espancam esse mesmo segurança. Mais para frente no filme, o trisal passa por um corpo na rua e Maximiliam fala “Os Nazistas são apenas um bando de baderneiros violentos. Vamos deixar eles lidarem com os comunistas. Depois nós controlamos eles”. Brian pergunta “Nós quem?” E Maximiliam responde: “A Alemanha”. A gente sabe como isso acabou, né?
Maximiliam faz parte da aristocracia alemã, uma galera que continua rica em meio a um país desolado (35% de desemprego em 1931). Acontece que a direita dita não-extrema sempre confia na extrema direita para barrar a esquerda e acaba colocando a extrema direita no poder. E o Maximiliam representa exatamente isso nesse filme.
Segue o filme e aí vem uma das cenas mais tensas, quando eles estão em um lugar onde as pessoas estão comendo e um jovem da juventude nazista (não sei se eles já usavam o termo juventude hitlerista em 31) começa a cantar uma música bem nacionalista, bem sobre “o fúturo será nosso”, e todo mundo começa a cantar, em especial os jovens. Isso deixa Max e Brian em um climão e logo depois disso Max foge da Alemanha.
Além disso, temos outros momentos onde vemos a ascenção do nazismo, gente acreditando em falsidades sobre os judeus, nazistas no próprio Cabaré e até uma música no Cabaré zoando os judeus.
Voltando à história:
Sally fica grávida, sem saber se o filho é do Brian ou do Max. E aí essa gravidez vai dar uma outra treta que eu não vou contar como acaba. Assista ao filme, porque é muito bom.
Cabaré venceu 8 Oscars.
O que eu achei de Cabaré?
Esse filme é fantástico! As músicas são muito boas e são espetáculos complexos dentro do próprio Cabaré, então é mais tranquilo para quem não gosta de musical onde pessoas começam a cantar na rua do nada. Além disso as músicas falam do que está acontecendo na própria história.
A Liza Minnelli está diva demais no filme! Além de atuar muito, ela também canta e dança e performa. Perfeita. Os outros personagens são muito bons também, todos com suas ambiguidades e complexidades de personagens que não são perfeitos, mas sim pessoas de verdade, bem escritas.
A história fala de liberdade sexual, amores complicados de pessoas que têm suas dificuldades das mais diversas.
Baita filme. Fantástico. Recomendo demais.
E agradecer à minha companheira maravilhosa que me convidou para ver esse filme.
Então é isso. Filmão. Adorei.
Mas e você, já assistiu?
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Um abraço.
E tchau.
Ah, meu amor. Obrigada por ter assistido comigo. Esse filme é minha paixão, a Liza Minnelli é realmente fenomenal em tudo! E como a personagem dela é forte e vulnerável ao mesmo tempo, é uma diva e apenas uma garotinha sonhadora à espera de um romance, de um pai, de brilhar como atriz. Sobre o pano de fundo, dói profundamente exatamente porque vai mostrando na sutileza, enquanto as pessoas vão “vivendo normalmente”. O Brian fica muito como nosso olhar na história, percebendo o que acontece e tentando apontar isso para os outros.