Candyman (2021) – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha e por mais incrível que pareça eu vou falar de filme de terror. Que eu assisto muito pouco. Na verdade tem um bom motivo para eu ter assistido esse filme, mas eu falo disso já já. Então vamos nessa com Candyman.
Eu fui assistir o Candyman achando que era um filme do Jordan Peele (Corra e Nós). Eu já tinha ouvido falar que além de ser um filme de terror, ele trazia uma carga social e racial que o Peele curte tanto. Acontece que a direção do filme não é dele e eu preciso comentar isso. Ele está sim creditado como um dos roteiristas, mas a direção é da Nia da Costa e ela também trabalhou no roteiro.
Então Candyman, de 2021 é um filme da Nia da Costa.
O filme meio que é uma continuação de um outro Candyman lá de 1992. Eu não assisti o filme original, mas me parece que ele é mais raso em sua temática. É um fantasma de um homem negro que mata as pessoas que falam Candyman cinco vezes em frente ao espelho. É tipo a loira do banheiro, mas é um homem negro com um gancho no lugar de uma das mãos.
Nesse filme temos a mesma lenda, mas ela começa de uma forma mais complexa e termina ainda mais profundo e simbólico.
Candyman:
O filme começa em 1977 em um gueto negro de Chigago chamado Cabrini Green. Um garoto vai lavar roupa quando sai da parece um homem com um gancho no lugar da mão e um monte de doces na outra. O garoto grita e a polícia vem com tudo.
Nos dias atuais temos um casal de artistas que moram em uma Carbini Green que agora é um bairro chique e gentrificado. A esposa, Brianna, é uma curadora de arte famosinha que ganha bem e o marido, Anthony, é um artista que está meio estagnado na carreira. Ele acaba sendo pressionado a tentar coisas novas. Então ele diz que está trabalhando em uma exposição sobre Cabrini Green.
Então ele vai até o pouco que sobrou do bairro, onde conhece um dono de lavanderia que conta para ele sobre a história do Candyman. Um veterano de guerra meio doido que dava doce para as crianças. Então alguém um dia colocou uma lâmina num doce e feriu uma garota branca. Então foram atrás do cara, ele se escondeu, mas quando a polícia o pegou (a cena do começo do filme), o espancaram até a morte. Mas depois descobriram que ele era inocente.
Então Anthony começa a trabalhar na exposição de artes sobre Candyman, mas acaba entrando de cabeça no processo. E no meio disso, o Candyman começa a aparecer e assassinar algumas pessoas. Algumas ligadas a Anthony. Com isso ele começa a ficar meio maluco e meio instável e as coisas vão ficando cada vez mais sinistras.
E isso é tudo o que eu posso falar sem entrar em muito spoiler. Mas posso garantir que a virada do filme é sensacional.
O que eu achei de Candyman?
Esse filme é muito bom. O elemento principal, que é um espírito maluco que te mata se você falar o nome dele cinco vezes na frente do espelho e o fato de gente idiota tentar isso, é o de menos. Na real isso só está no filme para conectá-lo com os clássicos e com as lendas urbanas do passado. Mas, o filme não é sobre isso.
Na verdade o filme é sobre violência racial e sobre várias pessoas negras mortas pela polícia (ou outras autoridades) durante anos e anos e anos em um mesmo local. O Candyman desse filme é quase um parasita mental do inconsciente coletivo local, gerado pela extrema violência repetitiva contra a população negra. Os padrões se repetem e a tragédia de uma morte afeta a próxima e a seguinte e a seguinte e assim por diante, fazendo com que a lenda se espalhe e se replique de formas similares, mas nunca iguais, como um meme.
Os filmes de terror quase sempre podem ser ressuscitados e recontados porque os medos da humanidade continuam basicamente os mesmos. Candyman funciona porque a violência ainda é a mesma, talvez mais sofisticada, mas ainda a mesma.
Então assim como esse filme é a releitura de um filme, que é a releitura de uma lenda urbana que sempre é uma releitura de si mesma. Cada Candyman é uma releitura do anterior e todo um pano de fundo sinistro de horror e morte sofrido por homens negros massacrados por toda a história das américas. Um horror tão grande que sobrevive como um ódio que não pode ser apagado. E esse ódio segue seu caminho pela história porque a violência nunca acaba para pessoas como nós.
Nunca acaba para pessoas como nós.
O filme tem essa crítica social e metalinguística incrível, mas ainda é um filme de terror com muito sangue, gore e morte. Então não recomendo para todo mundo. Mas é um filmão, recomendo demais para quem gosta de um sanguinho na tela.
Ah sim, assista aos créditos. É importante.
Então é isso. Filmão. Adorei.
Mas e você, o que acha? Já assistiu? Ficou com vontade?
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Um abraço.
E tchau.
1 Resultado
[…] o resto do filme é o que a gente já sabe. Adolescente mexendo com coisa que não deve. Monstros aparecendo e dando sustinho em todo mundo. Mas o trailer parece […]