Coringa, é isso tudo mesmo? – resenha sem spoilers
Salve, salve, seres humanos da terra.
Estreou hoje o tão esperado filme do Coringa. Alguns sortudos conseguiram assistir antes e falaram muito bem do filme, mas eu que sou um simples cidadão médio, assisti hoje na estreia e vim trazer o meu pitaco sobre Coringa, com o Joaquim Phoenix.
Coringa – resenha sem spoilers:
Essa resenha é sem spoilers, mas eu não posso falar sobre o filme sem falar do que acontece no filme. Então ATENÇÃO, eu vou considerar que você assistiu pelo menos aos trailers. Se você é do tipo que não assiste nem aos trailers para chegar no filme sem saber nada, pare de ler esse post agora. Recado dado. Vamos lá.
O filme conta a história de Arthur Fleck, um palhaço cheio de problemas psicológicos que cuida de sua mãe, que já é uma senhora idosa. Gotham está toda zuada, cheia de lixo por conta de uma greve dos garis que já dura meses. De cara a gente não sabe muito sobre o passado de Arthur, mas logo é apresentado que ele já esteve em um hospital psiquiátrico e que ele possui uma doença que faz com que ele dê gargalhadas de forma descontrolada.
Esse é o cenário do filme: Arthur é um cara triste, fodido de grana, com um trabalho ruim, uma mãe doente e uma doença grave. Além disso, a cidade é uma lixeira (estamos falando de Gotham) e Arthur vive apanhando por aí (só no trailer tem duas surras).
Eu podia falar um pouco mais, mas tudo é pista sobre o final do filme, então vou para por aqui.
O que eu achei de Coringa?
A minha experiência com esse filme foi comprometida pela crítica. Não é sempre que isso acontece, mas esse filme foi tão levantado que eu entrei no jogo e criei expectativas altas demais (eu sei que é errado, mas não tem como controlar isso).
Eu gostei do filme. O filme é bom, a direção é boa, a trilha e a interpretação do Joaquim Phoenix são fantásticas. Disso eu não tenho dúvida.
Por outro lado, quando vejo alguém falando que o filme é “estarrecedor”, “um soco no estômago”, “perturbador”, “sinistro”, eu já acho um exagero.
O filme é legal, mas não me deixou incomodado, chocado nem perturbado. E meu estômago está bem, obrigado.
O Joaquim Phoenix está excelente no papel de desgraçado triste que enlouquece a ponto de virar um assassino louco, mas eu achei que faltou mais partes de assassino louco.
Ele até mata uma galera, mas quase todos têm motivo. Não necessariamente um bom motivo, mas um motivo que seria suficiente para um personagem um pouco louco.
Alguns Problemas:
Estamos falando do Coringa, um cara ridiculamente insano. Nem sempre precisa de motivo. E é aí que o filme me incomoda: na falta de surpresa. Eu não fiquei surpreendido com nenhuma das mortes. Todas você consegue prever antes de acontecer. Para dizer a verdade, eu fiquei mais surpreso com as pessoas que ele não mata.
Pode parecer que eu estou sendo chato (eu sou chato mesmo), mas eu leio gibis, certo? O Coringa é o maior vilão de um personagem que é, supostamente, o maior detetive do mundo. O cara é tão maluco, que a grande vantagem dele é ser imprevisível para o maior detetive do mundo.
Entende?
Para eu ficar surpreso ou com nó no estômago ou bestificado, ele deveria fazer algo que eu sou incapaz de imaginar. Sei lá. Enforcar alguém com as tripas de um cachorro (eu consegui imaginar isso, então tem que ser pior).
Novamente: Eu gostei do filme, mas achei previsível. É um filme de origem sobre os dramas de um cara maluco, mas não é um filme terrível e traumático que vai explodir o seu cérebro. A narrativa é bem simples, inclusive.
Mas, o que mais me incomoda é o fato de que a coisa mais importante do filme não é causada pelo Coringa. Até é, mas não propositalmente. E é exatamente o problema. Muitas das coisas que acontecem no filme, acontece porque têm de acontecer. É a história que leva o personagem e não o contrário.
Não é “Esse cara está ficando maluco e está fazendo coisas.”, é mais “Esse cara está ficando maluco enquanto as coisas acontecem”. A narrativa funciona mesmo assim, mas isso acaba tirando, um pouco, o protagonismo do protagonista.
Em Resumo:
O filme é bom, mas não me pegou como esse “épico moderno” que me venderam. Eu recomendo, mas não fiquei traumatizado, triste e deprimido. Estou bem.
Então é isso, bom filme, mas tem problemas. Apesar de eu falar mais dos problemas do que das qualidades (já tem gente demais amando o filme por aí), EU GOSTEI E RECOMENDO.
E você, já assistiu ao filme? Discorda de tudo o que eu disse?
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Um abraço.
E tchau.
Também estava esperando mais !
Achei muito bom e nada previsível comparado às outras versões do Coringa e ao gênero “filme de hq” em si. Se você se aprofundar mais tem uma baita crítica social e política que é totalmente aplicável aos tempos atuais…vez ou outra até “brinco” que o Rio de Janeiro (onde moro) se tornou a Gotham brasileira.
Concordo quando diz q faltou mais imprevisibilidade nas mortes. Gosto tbm da perspectiva que aborda.
No meu caso, gostei muito do filme e sim; fiquei pra baixo e pensando sobre o filme por longos períodos.
Sério… enfim uma crítica lúcida ao filme!!! Concordo sobre a excelente atuação do Phoenix, mas também esperava muito mais!! Depois de ler várias coisas sobre o filme, estava quase pensando que eu fosse a única pessoa que não se surpreendeu com a “violência” ou a loucura do Coringa. Inclusive, concordo que a maior surpresa foram sobre as pessoas que ele deixou de matar!!
Nossa, achei impactante exatamente pelo realismo do filme. Você vê exatamente a escada de acontecimentos e o porque de ele ter começado a matar. O coringa insano e inconsequente que conhecemos já está há anos nessa, com o Batman adulto e tudo mais. Faz muito mais sentido pensarmos em um doente mental se tornar um assassino devido à gatilhos (perda do emprego, da confiança na mãe, agredido por todo mundo, nunca ouvido de verdade) do que por psicopatia (que nao parece ser o caso dele). As mortes são chocantes exatamente por serem fruto de um descontrole emocional, ao invés de um simples “violencia pela violencia”. Ao contrário de você, não tinha expectativas enormes sobre o filme e acabei gostando tanto que cá estou eu, discutindo e lendo resenhas sobre rsrs
Exatamente, Thalita. Esse filme é sobre a construção do Coringa e a destruição do Arthur Fleck…até cheguei a lembrar de “Cisne Negro”, é bem parecido na dinâmica da narrativa.
Exatamente, Thalita. Esse filme é sobre a construção do Coringa e a destruição do Arthur Fleck…até cheguei a lembrar de “Cisne Negro”, é bem parecido na dinâmica da narrativa.
Cara, foi exatamente isso que senti, é um bom filme mas parece que o pessoal está sentindo falta de um BAITA FILME e cria uma certa expectativa Pra quem não viu ainda. Bom filme, boa atuação e não passa disso, sou chato igual a você pelo jeito. Kkkk
Resumindo……qualquer um se torna psicopata desde q seja provocado….ele adquiriu a raiva devida as suras q levou….matou a mãe por mentir a ele a história de q um homem poderoso e rico era o pai dele….e tirarem sarro do stand up que ele “se esforçou o máximo de si”….causou a vontade de matar sem dó….no final ele tinha vários seguidores…..resultado: vários psicopatas futuramente…quer dizer o mundo está cada dia mais doente
A primeira psicóloga dele saiu fora pq sabia q seria morta por ele….a última terapeuta…ele matou…pq matar se tornou uma piada em seu conceito.
Resolução o filme é maravilhoso…poucos entenderão assim….mas esta foi a mensagem que o diretor quis passar….o mundo está cada dia mais doente devido o próprio ser humano não ter amor e respeito mais ao próximo.
Ele tentou ser bom…desde o início tratando crianças em um hospital de câncer como palhaço para alegra-los…mas mudaram ele literalmente 😞😞😞
A falta do soco no estômago talvez se dê pela realidade bastante parecida, na qual nós deparamos com situações parecidas. ( Pensava isso enquanto assistia) e assim, também não tive surpresas.
Concordo com tudo o que disse. Quando o filme terminou eu disse: Hãn?? Eu tava até com receio de assistir isso. O filme é ÓTIMO, mas pq esse negócio de perturbador? Vc conseguiu ser mais perturbador do que ele com as tripas kkkkk