Mussum: O Filmis – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha e eu quero falar de um filme que estreou esses dias nos cinemas brasileiros. Então vamos nessa com Mussum: O Filmis.

Mussum: O Filmis, conta a história de Antônio Carlos Bernardes Gomes, que provavelmente você conheceu como Mussum dos Trapalhões. O filme é uma biografia desse cara que foi um grande sambista, mas que ficou famoso mesmo pela comédia.

O filme começa com uma esquete do Mussum já adulto, no dia em que ele recebe a notícia de que sua mãe teve um infarto. Enquanto o cara, que fez muita gente sorri, chora ao lado do leito da mãe, ele relembra a sua história desde novo.

Mussum: O Filmis:

Enquanto jogava bola, o jovem Carlinhos fica ouvindo a roda samba no quintal de um dos vizinhos. A mãe dele, dona Malvina, não quer saber dele metido com essas coisas de samba e cachaça. Ela quer é que ele estude para ser alguém na vida. Ela, empregada doméstica, analfabeta, sem um companheiro, consegue colocar ele em um colégio interno, onde ele se torna o melhor aluno. Antônio Carlos entra para a aeronáutica e segue sendo o orgulho da mãe, enquanto leva uma vida dupla como Carlinhos do Reco Reco, com seu grupo, os Originais do Samba.

O grupo vai fazendo sucesso, até que ele precisa escolher entre continuar na aeronáutica ou se dedicar de vez à música. Ele vira sambista em tempo integral, até que em um show na Globo, ele acaba fazendo escada em uma esquete com o Grande Otelo, que dá para ele o apelido de Mussum. Ele não gosta, mas quando você não gosta é que o apelido pega mesmo.

Então a partir daí ele começa mesmo com sua carreira de humorista, tentando manter a carreira de sambista ao mesmo tempo. Chico Anízio o ajuda a compor o personagem, colocando ele na Escolinha. E a carreira deslancha mesmo quando ele entra para os Trapalhões.

Daí vêm alguns dramas internas do grupo e o fato dele não conseguir mais manter as duas carreiras. E então chegamos à cena do começo do filme, com a mãe tendo problemas de saúde. E eu não vou contar como o filme acaba, porque nós já sabemos, mais ou menos.

No meio da história ainda tem a história dos casamentos do Mussum, mas não são tão importantes.

O que eu achei de Mussum: O Filmis?

O filme é excelente e ele consegue ser surpreendente, mesmo sendo uma biografia que a gente sabe como acaba. O filme é um recorte da vida do Mussum, e a escolha desse recorte é crucial para que a narrativa funcione.

Ela começa quando o pequeno Carlinhos conhece o samba e termina pouco depois que ele deixa de ser sambista. O filme não foca no auge dos trapalhões e não na morte do Mussum. Acho que posso dizer que ele termina quando o personagem (a pessoa no caso) fica completo. E acho que dá para dizer que ele fica completo ao se reeguer depois de uma das maiores perdas que qualquer pessoa pode ter. É um momento triste, mas tratado com uma levez e completude muito elegantes.

É emocionante, mas não é deprê. Realmente muito bom.

A trilha do filme é excelente, com grande sambas do começo ao fim. A fotografia e as cores são um show também. Mas o grande destaque mesmo são as atuações e as caracterizações. Os três atores que fazem o Mussum (Ailton Graça, Yuri Marçal e Thawan Lucas) estão fantásticos. Mas quem rouba a cena mesmo são as duas atrizes que fazem a mãe, a dona Malvina (Cacau Protásio e Neusa Borges) roubam a cena em todas as cenas em que aparecem. Elas estão demais.

E tem ainda o mistério de como eles deixaram atores tão parecidos com os atores originais. O Chico Anýsio (Vanderley Bernardino) e o Didi (Gero Camilo) estão assustadoramente parecidos. É bizarro.

E agora eu quero um filme inteiro do Chico Anýsio, ou até uma série. Que personagem interessante.

Indo pros Finalmentis:

A cena da Peladona do primeiro andar e a discussão entre o Mussum e o Bigode são muito emocionantes. Diálogos escritos e atuados com perfeição. É bom ver bons diálogos entre personagens emocionalmente equilibrados para variar. A relação entre o Mussum e o Bigode é muito bonita também.

Uma coisinha que me incomodou é que o filme foca nos Originais do Samba numa época em que eles querem lançar um disco, mas não têm músicas novas. E depois eles conseguem lançar com uma música do Jorge Ben. Então parece, pelo filme (não sei como foi de verdade) que os Originais do Samba nunca compuseram uma música na vida.

E tem uma história de que o Mussum criou o banjo brasileiro, mas isso não aparece no filme. Podia rolar. Senti falta.

Porém mesmo com esses dois detalhezinhos, é um filmaço. Recomendo demais. Se puder, veja no cinema. Adorei.

Então é isso. Filmão. Recomendo.
Mas e você, qual filme biográfico você queria ver?
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Um abraço.
E tchau.

Vulto

Desprezível.

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