O Fabricante de Lágrimas – o filme mais imbecil da atualidade – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de filme e eu preciso falar desse filme horroroso e amaldiçoado que me indicaram e eu cometi o erro de assistir em vez de fazer algo mais divertido, como bater a cabeça na parede, por exemplo. Então vamos nessa com O Fabricante de Lágrimas.
O Fabricante de Lágrimas:
O Fabricante de Lágrimas é um filme de 2024 e me parece que ele é uma adaptação desses livros hot bem ruins. Se eu soubesse nem tinha assistido, mas vi sem saber nada. E parece que esse filme está no hype porque esses livros ruins têm muitos leitores com um mal gosto de dar dó.
O filme começa com uma cena horrorosa, onde a família da protagonista passa por um acidente de carro. Eles atingidos por um caminhão ninja que aparece do nada no meio de uma planície porque o pai dela perdeu a atenção por dois segundos. Os pais morrem e a menina aparece no chão, fora do carro, só com uns arranhões. Como? Não sei.
Orfanato da tortura maluca:
Daí ela vai para o orfanato do mal e começa a narração horrorosa que eu suspeito que seja tirada diretamente do livro. Nesse orfanato, a matrona, que é a única funcionária, tortura as crianças, exceto uma que é o Rigel, a criança da maromba. A história dá um salto e a nossa protagonista, Nica vai ser adotada.
Chega um casal lá, adota ela sem questionar (mesmo ela tendo a mão toda comida por ratos). Mas, na hora, eles ouvem uma música no piano. Eles vêm que o menino Rigel, agora um adolescente de 16 anos da maromba (com cara de 25), quem está tocando e resolvem levar ele também. Porque dinheiro não é problema e eles têm dois quartos enormes mobiliados, mesmo que eles só iam adotar uma adolescente.
Irmãos; amantes que se odeiam; amigas e rivais:
Daí eles começam a morar juntos. O Rigel odeia a menina por algum motivo que parece que vai ter explicação mais para frente, mas não tem. E eles tem uma tesão tensão sexual porque sim, afinal é um hot. O Rigel é um badboy de filme ruim, ele fica falando coisas do tipo “fica longe menina, você vai se machucar”, enquanto ele mesmo fica chegando perto de uma jeito típico que só é sexy na cabeça de quem não transa.
Guarde essa informação: Ele pega nas coxas dela por baixo da mesa durante o jantar. É assédio o nome disso.
Uma curiosidade é que a pessoa que escrever esse lixo fedorento e fumegante filme só conhece uma metáfora que ela vai usar para tudo: lobos e contos de fadas. Na falta de mais metáforas, ela tenta criar uma nova que é a do Fabricante de Lágrimas, que seria um conto que contavam lá no orfanato da tortura maluca. Daí toda hora tem uma narração de qualidade duvidosa do tipo “Eu queria viver um conto de fadas, mas ele era um lobo” e diálogos sem sentido do tipo “mas você é o Fabricante de Lágrimas”.
Então o filme vira um filme de escola. Tem um menininho que conversa com a Nica uma vez e fica apaixonado. O Rigel quer bater nas pessoas porque sim, porque ele decidiu que a personalidade dele é “sou ruim”. Eles brigam, ficam ameaçando se pegar e começam a acontecer cenas clichê para eles ficarem próximos e se agarrando enquanto ele fala “fica longe de mim, que eu sou um lobo” ou qualquer bobagem do tipo.
Tem que ter tentativa de estupro porque o filme é muito adulto:
Indo pro final (que é muito ruim, mas pelo menos acontece alguma coisa), tem a festa da escolar (onde todo mundo usa couro e preto, porque o filme quer ser muito adulto), a Nica fica bêbada e o carinha tenta abusar dela, mas daí chega o Rigel (que também já tinha assediado ela, lembra?) e salva ela.
Voltando para casa, o assediador ruim tenta atropelar ela e o assediador bom em uma ponte. E nessa cena horrorosa eles pulam da ponte (a cena é mal cortada, porque tem um parapeito da altura do umbigo, mas eles pulam direto) e caem na água do mal. O Rigel, que aparentemente tem o corpo feito de chumbo, afunda igual a uma pedra e entra em coma? Porquê? Não sei. Mas ele passa o resto do filme em coma (o que melhora a qualidade da atuação em uns 800%).
Em vez de se preocupar com um garoto assassino do ensino médio, a Nica conversa com os pais e descobre que o Rigel recusou a adoção. Toda a pinta de badboy dele é porque ele acha que não merece ser amado, ou qualquer coisa do tipo, então ele quer voltar para o orfanato da tortura doida (ele era o único que não era torturado). Então a Nica tem a brilhante ideia de denunciar a tia do mal lá e corta para a última cena do filme: A tenebrosa cena do julgamento.
Tribunal:
Essa cena é ruim arte. Ela está aqui para mostrar que quem escreveu esse troço vive em um mundo que só existe na própria cabeça.
No tribunal, fazem algumas perguntas para nossa protagonista, mas ela responde meio mal, vai ao banheiro e volta. Corta para ela de volta ao seu lugar, onde ela começa a fazer um discurso sobre o amor e tal. Nica, de testemunha, dá um showzinho no tribunal. E é um showzinho mesmo, porque quando ela acaba de falar, as pessoas aplaudem. Faz sentido? Não. Mas não é só isso. Imediatamente, sem o juiz liberar ninguém nem nada, ela sai correndo do tribunal com uma trilha bem alta (se não tiver uma cena de gente correndo no fim do filme então não vale) e vai para o hospital ver seu assediador amado.
Ela chega no hospital e tem a pachorra de falar “Nós ganhamos”. GANHOU O QUÊ?, FILHA DE UMA RONCAEFUÇA?! Ganhou uma denúncia de desacato por sair correndo do tribunal depois de fazer um discurso doido. Só se for.
Na hora que ela chega lá para mentir que ganhou, ele acorda do coma (porque sim) e eles ficam juntos em um mundo horroroso, sem cores, mal narrado por uma escritora ruim. E eles têm uma filhinha no final, sem os atores envelhecerem, o que é normal, porque eles já tinham cara de 20 e tantos, fazendo papel de 16.
O que eu achei dessa bosta desse O Fabricante de Lágrimas?
O Fabricante de Lágrimas ganho o prêmio. Esse filme conseguiu superar Capitã Nova como “O filme mais burro que eu tive o desprazer de assistir nessa minha vida triste”. Esse filme não tem nada de bom (exceto aquela hora de alívio quando sobem os créditos).
O primeiro grande problema é que os personagens têm 16 anos (por aí). E o filme tenta trazer cenas excitantes de pegação entre eles. Tem até uma chupadinha de peitinho, o que é bem errado. Tudo bem que os atores têm mais de 20, mas ainda assim, mas essa merda veio de um livro, então quem leu essa joça, pode ter ficado excitado com uma cena de adolescentes transando. Muito errado isso.
O segundo problema é que o filme é tecnicamente ruim. A trilha é repetitiva. A fotografia tem alergia a cores. O filme tenta ser adultão e fazer tudo sombrio e escuro, com todos os alunos de uma escola indo em um baile fazendo cosplay de gótico. A direção deixa passar detalhes muito bobos e as cenas são mal conectadas.
Roteiro sem pé nem cabeça:
Mas o grande problema mesmo é a história. Nada faz sentido. Não tem porque a menina se apaixonar por um cara que, sem motivo nenhum, decide torturar ela pscologicamente. Depois é dito que ele gosta dela, mas trata ela mal porque sim. Parece que o filme foi escrito por uma criança de 10 anos que acha que você tem que colar chiclete no cabelo da menina que você gosta. O moleque é o único que não é torturado (não explica porque), mas ele é a pessoa mais escrota que saiu daquele orfanato. Era para todo mundo odiar ele e não o contrário.
Daí ele age como um escroto, mas eles se amam porque sim. E acho que esse é o grande problema desse tipo de literatura, onde existe esse amor que aparece voando no mundo e as pessoas vão se encaixando. A narração chega a ser ofensiva de ruim, porque é uma menina falando qualidades do garoto que a gente vê que ele não tem.
Os personagens são rasos como um pires, o que eles tem de elementos diferenciais (tipo ser um escroto) não tẽm ligação com coisa nenhuma. Os diálogos são bregas e mal escritos. Porque não tem motivo para o garoto querer ser malvadão e essa é a única personagem que ele tem.
“Sou mal, fique longe *respiração ofegante sem motivo*”:
Eu não sei de onde diabos tiraram essa ideia de que é bonito o cara ser um badboy triste. “Eu sou mal garota, fique longe”. Nesse caso ele vai fazer uma metáfora de lobo porque é tudo que ele sabe “Um lobo nunca lambeu a mão da garotinha nos contos de fadas”.
E tem o problema dele colocar a mão da coxa dela antes deles, sequer, flertarem. É um assédio que eu julgaria imperdoável e seria uma pessoa na qual eu nunca mais confiaria. Mas nada disso importa. Aparentemente, se você for um jovem que treinou muito na academia do orfanato e tem um shape legal, você pode ser um escroto completo e ainda ser amado por uma personagem feminina sem personalidade nenhuma.
Não é um filme de orfanato de tortura do mal. Também não é um filme de escola. Não é um filme de tribunal. É um romance ruim de personagens insossos. Tem um adolescente que tenta um estupro e um assassinato, mas ele não é importante para o filme e acaba esquecido.
Chega de falar desse filme. Tem muitas cenas ruins e eu poderia comentar uma por uma, mas preciso concluir.
Concluindo:
Esse filme é tão ruim que eu levei quase uma semana para conseguir terminar.
A feitura desse filme é como se alguém encontrasse um grande cocô molhado e fedorento na sala de casa e pensasse “eu não vou lidar com isso sozinho não”. Então essa pessoa passa merda por todos os quartos para todo mundo se ter essa experiência horrorosa junto. Esse filme é o pior do mundo literário agredindo o audiovisual. Daqui a pouco vão fazer a versão para rádio, quadrinhos e podcast, para ninguém passar impune. Todos pagarão por seus pecados e terão sangue saindo pelos olhos e ouvidos enquanto assistem à tamanha podridão.
O filme é uma perda de tempo, desperdício de dinheiro, desperdício de espaço em algum hd da Netflix e um desperdício de minério de internet. É um filme burro. Não assista. Já tomei esse tiro por você.
E se conhece alguém que gostou, pode mandar essa resenha para essa pessoa. Vai ser divertido.
Então é isso. Filme mequetrefe. Achei uma merda.
Mas e você, o que acha?
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Um abraço.
E tchau.
Existe uma comédia romântica bem massa (de verdade) que ss chama “ele não está tão afim de você”. Ela ensina que, se um cara não te trata bem, é porque ele não gosta de você. Utilidade pública. E é a única coisa que posso comentar diante dessa série de filmes com homens e garotos tóxicos.
De resto, sua resenha me arrancou deliciosas risadas e eu tenho um esporte radical chamado “ver coisas ruins pra falar mal”. Por culpa sua e do meu masoquismo, assisti hahahaah
Te adoro!