Pig, com Nicolas Cage – resenha com spoilers

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha e eu quero falar de um filme bem esquisito que eu tive que assistir porque o trailer era bem esquisito também. Na verdade eu gosto de esquisitice. Então vamos nessa com PIG.

Pig é um filme de vingancinha com o Nicolas Cage, mas envolve um porco, porque sim. Filme de vingancinha é aquele onde um personagem está de boa fazendo nada, quietinho no seu canto, quando alguém resolve mexer com sua família. Daí ele vai atrás de fazer vingança com as próprias mãos. Mas acontece que o tal cara nunca é um cara normal, é sempre um cara fodão aposentado que tem habilidades mirabolantes. Tem um monte de filmes assim, mas aqui as coisas são um pouco diferentes.

Pig:

Em Pig, Rob, o Nicolas Cage, vive isolado no cu do mundo. Ele tem uma porquinha de um tipo especial, capaz de farejar trufas. Trufas são uns fungos que parecem raízes e são super caras para a culinária. Obviamente eu nunca comi por motivo de pobreza. Então ele vive isolado, pega as trufas e troca com um intermediário que traz coisas para ele. Ele nem recebe dinheiro.

Então um dia roubam o porco dele e ele começa uma saga de ir atrás do porco com ajuda desse intermediário. O negócio é que o filme trata o meio dos restaurantes e dos “traficantes de ingredientes” como se fosse uma grande máfia. Tem um porão secreto com um clube da luta (com apostas) de funcionários de restaurantes. O amigo do Rob é um traficante de ingrediente (vou chamar assim porque é como o filme faz parecer), mas o pai dele é um traficante ainda mais fodão, com controle da região inteira.

Acontece que o Rob, é o tal do Robinfeld, um dos maiores cozinheiros do mundo, um cara realmente sinistro que todo mundo admira por ser o maior, melhor e mais fodão cozinheiro de todos. E ele começa a ir se relacionando até chegar no pai do seu amigo (eu demorei para reconhecer, mas é o guri do Hereditário) e ir pro embate com ele.

O cara não quer devolver o porco, então Robin fica puto e resolve apelar. Só que o apelar dele é cozinhar, porque ele é o John Wick gourmet. Então ele manda o guri coletar os ingredientes (como quem coleta armas antes de um clímax de filme de ação) e daí ele cozinha para o pai do mal, o mesmo jantar que ele comeu com a esposa anos atrás. Daí o cara fica emocionado e conta para ele que na verdade os cornos que roubaram a porca acabaram ferindo ela e ela morreu.

Rob sofre muito e não tem o que fazer a não ser viver o próprio luto agora.

O que eu achei de Pig?

Eu achei o filme bem esquisito. Me parece que ele tenta subverter o tema do filme de vingancinha, e faz isso até bem, mas de um jeito meio nonsense. Do ponto de vista do drama, o Nicholas Cage passa mais emoção sobre como ele ama sua porquinha, do que outros “astros de ação” dos filmes e vingança tradicionais. Então o filme fica estranha, porque ele tem um climão pesado e pesaroso, mas com uma roupagem de nonsense.

O nonsense e o que me incomoda é essa tentativa de fazer o meio dos restaurantes parecer uma grande máfia. É meio patético para alguém que vive na periferia e conhece crime de verdade.

Então, para mim, que não comprei essa parte e acho todo o rolê gourmet dos restaurantes meio patético, o filme é uma bela história de um cara que ama sua porquinha e quer ela de volta a todo custo, mas essa história fica perdida no meio de uma história boba (eu achei) de cozinheiros pagando de bandidões.

Tem uma cena legal, onde o Rob conversa com um cozinheiro famoso sobre fazer o que ama. É um belo diálogo anti-gourmet, mas a resolução final é bem gourmet, meio Ratatouille até.

É um filme esquisito. Não achei tão legal não. Não recomendo.

Então é isso. Gosto do Nicholas Cage, mas o filme não me pegou.
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Um abraço.
E tchau.