Que horas ela volta? – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de post de resenha e eu quero falar de um filme brasileiro poderosíssimo. Então vamos nessa com Que Horas Ela Volta?
Que horas ela volta? é um filme de 2015 com a Regina Casé, que não fazia cinema há um tempo, até onde eu sei. O filme conta a história de uma empregada doméstica que precisa trazer a filha para São Paulo para prestar vestibular.
Que horas ela volta?
Funciona assim: Val (Regina Casé) é trabalha como empregada doméstica em uma casa de família, dessas bem boazinhas que dizem “você é praticamente da família”. E ela mora no trabalho, no famoso quartinho de empregada onde ela dorme, assiste tv e guarda tudo o que a família não quer e dá de presente para ela. Ela tem uma relação muito forte com Fabinho que é o filho da família, mas ela também tem uma filha, que ela não tem contato.
A Val tem uma filha, mas veio para São Paulo para trabalhar e ficou longe dela. Ela foi criada por uma madrinha, mas ainda tinha contato com o pai até acontecer alguma coisa.
A história começa mesmo quando a filha, Jéssica, liga perguntando se pode ficar com a Val até fazer o vestibular. A Val deixar ela vir, mas Jéssica não sabe que a mãe mora no trabalho. Então ela chega e tem que ficar na casa da família rica. Chegando lá as relações começam a aparecer mais. A Jéssica aceita ser tratada como visita, enquanto a mãe quer que ela se comporte como empregada: não sentar à mesa para comer, não comer o sorvete do Fabinho e tal.
Acontece que o dono da casa, o pai da família, é todo bonzinho, bonzinho demais. Ele convida a Jéssica para ficar no quarto de hóspedes, a mãe não gosta tanto disso, mas não pode fazer nada. Enquanto isso o pai vai se aproximando nela de forma perigosa.
Essas relações vão ficando mais intensas até chegar a hora do vestibular. Enquanto isso ainda tem algumas coisas que não sabemos como, porque a Jéssica não está mais falando com o pai, por exemplo.
O que eu achei de Que Horas Ela Volta?
Eu realmente me arrependo de não ter assistido a esse filme na época que ele saiu. O filme é excelente e retrata muito bem algumas dinâmicas de poder bem comuns e bem bizarras da sociedade capitalista, em especial da sociedade brasileira.
A relação com a empregada é “você é praticamente da família”, mas vamos conversar enquanto estamos sentados e você está em pé. Você é praticamente da família, mas quando tem uma festa aqui em casa, você precisa usar um uniforme bizarro porque deus me livre de alguém achar que você realmente é da família. Até o pai, que paga de bonzinho, não quer que os vizinhos vejam a Jéssica brincando na piscina da família. Deus me livre que a sociedade veja a filha da empregada na nossa piscina. Nunca caiam nessa: “Você é praticamente da família” significa que você não é. Lembre-se disso sempre.
A relação da Val com Jéssica também é super interessante. A Val é a clássica mãe que teve de ficar longe para ter dinheiro para criar-sem-criar a filha. Ela ama a filha, mas elas não são próximas o suficiente. Enquanto isso, a Jéssica, enquanto observadora externa, percebe e detesta as relações de poder naquela casa.
A próxima coisa que eu precisava falar é um puta spoiler e eu quero que você assista o filme. Então vou parar por aqui.
A Regina Casé está demais no papel.
Que horas ela volta? é um filmão. Eu diria até que é quase-obrigatório para toda a classe trabalhadora.
Que horas ela volta? está na Netflix. Assiste lá. Recomendo.
Então é isso. Filmão. Adorei.
Mas e você, o que acha?
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Um abraço.
E tchau.