The House – resenha sem spoiler

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha e eu quero falar de um filme bastante interessante. Já explico porque. Então vamos nessa por falar de The House.

The House – resenha:

The House é um filme da Netflix de 2022 (não sei se esse post está saindo ainda em 2022 ou no 2023). O que chama a atenção, de cara, é que o filme é uma animação longa metragem em stop motion. E quem conhece stop motion sabe que cada minuto demora uma pequena eternidade para ser feito. Então já tem mérito por conta do trabalho hercúleo envolvido.

O filme conta três histórias estranhas e surreais que tem uma coisa em comum: uma casa. Não é exatamente a mesma casa como a sinopse sugere, mas são casas de um mesmo formato.

Três histórias:

A primeira história é de uma família de ganha uma casa. Eles vivem em uma casinha e eles não têm muita grana e vivem sendo achacados. Então um dia o pai fica bêbado e assina um contrato com um arquiteto. O arquiteto dá uma casa enorme para eles e eles ficam muito felizes.

O pai e a mãe ficam tão felizes que começam a ficar embasbacados, como se tivessem sedados. A filha, Mabel, acha a coisa estranha e começa a andar pela casa com a irmãzinha menor. Então coisas estranhas acontecem. Ela anda pela casa e ela continua sendo reconstruída o tempo todo. O pai parece estar enlouquecendo e a mãe apenas dorme, cada vez mais. E tudo aponta para uma tragédia.

Ela tem uma casa de bonecas, no formato das duas casas que vão aparecer mais para frente.

Reforma:

A segunda história foca em um personagem que está reformando uma casa. A casa tem o formato da casa de bonecas da Mabel. Ele conserta a casa, enquanto conversa com alguém pelo telefone. Ele chama esse alguém de amor.

A ideia é que ele está cheio de dívidas (o banco está cobrando ele), mas ele tem um plano. Ele dedicou toda a vida (e todo seu dinheiro) a reformar essa casa para vender. A casa é maravilhosa e agora ele só precisa fazer duas coisas: se livrar dos insetos e conseguir um comprador.

A coisa começa a ficar estranha na mostra da casa. Porque as pessoas (nessa história as pessoas são ratos) que mostram interesse pela casa são meio estranhas. E isso é tudo o que eu posso contar.

Fim do Mundo:

Na terceira história temos a casa (aquela mesma) como uma hospedaria. O estranho é que parece que toda a cidade está inundada. A dona, Rosa, quer reformar a casa para trazê-la a toda a sua glória, mas para isso ela precisa que seus inquilinos lhe paguem em dinheiro. Acontece que todo mundo foi embora conforme as chuvas alagavam tudo, com exceção de dois doidinhos que não têm dinheiro.

Quanto mais ela tenta consertar a casa, mas as coisas vão piorando, até que o namorado jovem místico doideira de uma das inquilinas chega. Todo mundo é meio doido enquanto Rosa é pragmática e quer consertar a casa. Mas a água continua subindo.

Nessa história as pessoas são gatos.

O que eu achei de The House?

A primeira coisa a dizer é que esse é um filme metafórico. Se você tentar entendê-lo apenas pelas coisas que acontecem na narrativa principal, você vai perder muitas das chaves de interpretação.

Eu gostei muito e eu nem acho que entendi tudo que tinha para entender.

A Casa em si não é importante, mas a forma como as pessoas lidam com ela parece que sim. Nas histórias dois e 3, a casa é a única coisa que os personagens têm. Na primeira, a casa exerce uma estranha influência sobre os adultos.

O filme todo é meio deprê, já que na maior parte do tempo ninguém é feliz. Todo mundo é meio quebrado e isso os coloca à mercê dos golpes psicológicos que vêm de todos os lados.

Na terceira a personagem parece ter um problema para lidar com um luto, mas um luto de todo um mundo que desmoronou ao seu redor. Para lidar com isso ela se prende a única coisa sólida por perto, a casa. Mas trata-se de uma racionalidade irracional, já que todo mundo foi embora e a água continua subindo.

E isso é tudo o que eu posso falar sem comprometer as histórias.

Concluindo:

Tecnicamente o filme é impecável. Os bonecos são muito bem feitos, a animação é boa e a trilha sonora é ótima. As histórias são todas muito boas também.

Porém, o ritmo é bem lento e depressivo, meio onírico e viajante também. Ele te prende pela estranheza, não pelo ritmo. Eu adoro. Mas entendo quem não goste por achar lento.

Mas é um filme excelente. Isso é inegável. Recomendo demais.

Uma coisa que me incomodou (bem pouco) é que eu achei a terceira história mais fraca que as outras. Então ele levanta alto na segunda, mas não cumpre com a terceira (a meu ver). Talvez a ordem pudesse ser outra.

Então é isso aí. The House é ótimo. recomendo.
Mas e você, gosta de Stop Motion?
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Um abraço.
E tchau.