Pokémon é a distopia mais estranha de todos os tempos?

Salve salve sere humanos do mundo Pokémon.

Há alguns dias atrás, no fim de fevereiro, a franquia Pokémon completou seus 20 anos e aproveitou para lançar a nova série do jogo, Pokémon Sun e Pokémon Moon.

Para ~celebrar esse dia~ o site io9 fez um post chamado Pokémon Is One of the Creepiest Dystopian Societies Ever que significa algo como Pokémon é uma das mais assustadora de todas. Eu achei que seria uma boa traduzir esse post para vocês. Eu precisava de tempo e por isso só saiu agora. Então vamos lá:

Daqui para frente esse post é uma tradução do post do io9. 

Pokémon é uma das mais assustadora de todas

Por 20 anos, Pokémon teve a reputação de uma franquia para crianças. Mas sob o verniz aventuresca de Ash e seus companheiros, reside uma das distopias mais sinistras. Para celebrar o 20º aniversário de Pokémon esta semana (e seus jogos mais novos), é aqui algumas razões pelas quais o mundo Pokémon é muito mais aterrorizante do que você pode imaginar.

 

pokemon-fight

Sim é tudo basicamente uma briga de galo

Vamos pegar o mais óbvio e tirar do caminho: basicamente Pokémon é sobre animais selvagens sendo escravizados e, em seguida, colocados uns contra os outros em combates violentos tanto para diversão quanto para lucro. Essa lutas não só são vistas como um esporte muito popular com muitos espectadores, mas os melhores treinadores Pokémon são mantidos na mais alta consideração e são agraciados com títulos e prêmios em dinheiro. Toda criança sonha em se tornar um mestre Pokémon quando saem em suas aventuras. Falando nisso…

 

pokémon

É tradicional enviar pré-adolescentes em aventuras perigosas

Ash tem apenas 11 ou 12 anos (os protagonistas mais jovens nos jogos tinham idades entre 14 e 16) quando é expulso, de um jeito bem alegre, por sua mãe para ir ser um treinador Pokémon, com nada além das roupas do corpo, algumas Pokébolas e uma Pokédex. Ele é basicamente expulso de casa para ir, não apenas lutar com animais selvagens, – e vamos ter em mente que há uma grande bagunça de Pokémons lá fora, na grama alta –  mas atravessar um país inteiro com desertos áridos, vulcões ativos, águas traiçoeiras, em uma tentativa de ser o melhor, como ninguém jamais foi. Se isso não fosse ruim o suficiente, esse hábito é quase visto como uma vinda de idade, um rito passagem no mundo Pokémon – os pais do protagonista e outros adultos ao longo dos jogos, muitas vezes têm carinho de lembrar os dias em que eles também foram forçados a sair de casa em um aventura de sobrevivência e pesadelo.

A Infraestrutura das cidades é baseada unicamente nas batalhas Pokémon.

É menos evidente no anime, mas dê uma olhada ao redor das cidades médias nos jogos de Pokémon e você vai perceber algumas coisas muito estranhas. Onde estão as escolas? Os hospitais? Edifícios do governo? Instituições financeiras? Planejamento civil básico é preocupantemente ausente da sociedade humana, mas é garantido que cada cidade tem um centro Pokémon, um Pokemart e (em quase todas as cidades) um Ginásio Pokémon. As necessidades básicas da população não parecem existir, mas se você quiser uma batalha Pokémon, você será atendido. Isso é a única coisa atendida.

Mestres Pokémon podem ser o governo atualmente.

Ocasionalmente tem um prefeito de alguma cidade no anime, mas fora isso, não parece haver quaisquer órgãos sociais para cada região Pokémon. Então, quem está pagando por tudo? Quem paga infraestrutura e rodovias entre as cidades? Quem paga os trabalhadores do setor público, como policiais e enfermeiros do centro Pokémon? Considerando que não há verdadeiro governo na série, e considerando como cada cidade está configurada para atender às batalhas Pokémon, a escolha mais óbvia é que a Elite dos Quatro e os líderes de ginásio de cada região são uma espécie de governo regional … o que significa que as regras são baseadas nas habilidades de combate Pokémon das pessoas, e nada mais. Parafraseando Monty Python, a capacidade de saber quando jogar um Squirtle não é base para um sistema de governo.

 

pokémon jennys pokemon joys

Ninguém questiona a clonagem dos funcionários públicos.

É uma piada antiga em Pokémon que cada centro Pokémon tem uma enfermeira Joy, ou como cada departamento de polícia tem uma policial Jenny – mas ninguém nunca para para questionar como existem tantas delas por aí. Elas não podem ser gêmeas idênticas, como há tantas delas? Eles são clonadas da Joy  e Jenny originais? Androides? Cidadãs comuns que se submetem a cirurgia plástica para se tornar a forma idealizada de suas respectivas indústrias? Não importa o que seja, a resposta não pode ser boa.

Pokémon são usados como escravos.

Quem mais faz parte da força de trabalho, além de Joy e Jenny? Pokémons, é claro. Pokémons são usados em uma variedade de trabalhos: Gogoats são usados como um serviço de táxi em Pokémon X / Y de Lumiose City. Chanseys são utilizados como médicos assistentes. Pokémons são membros da força policial. Eles são usados para executar trabalhos manuais, como Rhyhorns e Machamps. Inferno, parte da história de fundo do líder do Surge Gym é que ele serviu no Exército, voando aviões de combate que utilizaram Pokémons elétricos como fonte de energia, confirmando que Pokémons desempenham pelo menos papéis de apoio no serviço militar, se não combatentes ativos.
Não é só que Pokémons são usados dessa maneira, é que, mesmo nestes trabalhos, eles nunca estão em uma posição de poder. Chansey responde à enfermeira Joy. Oficial Jenny usa Pokémons. Pokémons de construção construção respondem a um mestre de obras humano. E ainda assim, não só eles não são promovidos nas suas carreiras, como nós nunca realmente vemos eles sendo pagos.

 

Tecnolologia altamente avançada é usada para melhorar a humanidade a abusar dos Pokémons.

É bastante óbvio que a sociedade humana da nação Pokémon é tecnologicamente muito avançada. Eles têm fontes de energia renováveis ​​(quem precisa de combustíveis fósseis quando você tem Pokémons para gerar energia?), Dispositivos de comunicação holográficos de nível comercial e a lista continua. Mas a tecnologia mais louca é reservado para basicamente abusar e domesticar Pokémons.

Como mostra o vídeo acima, Pokébolas operam através da conversão de um Pokémon, um ser senciente, em algum tipo de energia digital para transporte e armazenamento – basta pensar sobre o tamanho necessário de um computador para armazenar as funções cerebrais de um ser humano, e essas coisas são do tamanho da palma da mão! Mas enquanto algumas teorias dos fãs acreditam que Pokémons que são armazenados em Pokéballs ou em PCs domésticos (sim, comercialmente computadores viáveis podem armazenar grandes quantidades de criaturas como dados digitais) estão alojados em uma espécie de holodeck de Star Trek para mantê-los felizes, não há evidências para acreditar que este não seja o caso, e que Pokémons ainda possam pensar e reagir a estímulos dentro de uma Pokébola. Eles foram mostrados se comunicando com treinadores e recebendo comandos a partir de dentro da bola em várias ocasiões, que, quando pensamos sobre ser um ser desencarnado e se transformar em uma consciência nebulosa ainda ativa dentro do bolso de alguém, parece horrível.

 

pokemon magikarp food

A relação entre Humanos e Pokémons é totalmente insana.

Portanto, além da escravidão e do abuso tecnológico, todo o espectro das relações entre os seres humanos e Pokémons é um absurdo. Eles são animais de estimação amados, colegas de trabalho (embora claramente abaixo dos humanos), transporte, atletas, até mesmo uma fonte de alimento, ao mesmo tempo. Como as pessoas sequer começam a compreender tudo isso? Bem, isso é porque …

A sociedade é doutrinada a pensar que os Pokémons querem isso.

Sim. Apesar da natureza confusa da relação da humanidade com essas criaturas poderosas, todo mundo lida bem com isso porque a partir de uma idade jovem, é martelado nas pessoas que Pokémons só gostam de servir a raça humana. No primeiro episódio do anime, a Pokédex do Ash lê uma entrada sobre pokémons selvagens afirma que Pokémons selvagens tem extrema inveja de suas versões domesticadas. Supostamente é daí porque eles atacam os Pokémons de um treinador em vez de atacar os próprios treinadores quando você os encontram.

Então, se tomarmos tradição enviar todos os jovens para fora em sua própria jornada Pokémon como um rito de passagem, basicamente, a toda criança isso vai ser dito pela sua Pokédex. E por que não deveriam confiar nela? Afinal, ela lhes diz tantos fatos maravilhosos sobre Pokémon, este deve ser verdade também. Cientistas como Professor Oak influenciam todas essas crianças e jovens a pensar que Pokémon são escravos ansiosos, e qualquer um que questione isso e queira ver Pokémons livres – como o N e o Team Plasma em Pokémon Black / White – são criminosos estigmatizados do mesmo jeito que os grupos terroristas reais como a Equipe Rocket ou Team Magma e Aqua.

Mas, considerando toda essa merda que os Pokémons têm que aguentar, talvez eles queiram – ou, pelo menos, ao longo dos séculos têm vindo a aceitar isso como seu modo de vida. Há um pensamento arrepiante a considerar também:

 

pokémon lieutenat Surge

E isso tudo está acontecendo debaixo de nosso nariz.

Mas aqui está o verdadeiro ponto: Esta nação distópico aparentemente feliz coexiste com o resto do nosso próprio mundo civilizado. Lembra-se do Tenente Surge de antes? Parte de sua história passada como oficial é que antes de vir para Kanto ele serviu no exército dos Estados Unidos, e ele é conhecido como “The Lightning American”. Outra líder de ginásio, Fantina, fala francês como sua língua nativa.

Esses dois personagens são os únicos até agora com origens confirmados de fora da Pokénation, mas confirmam que as relações internacionais entre este e outros países são bons o suficiente para permitir a imigração. E aparentemente o resto do mundo lida muito bem com estes abusos animais e maluquices tecnologicamente avançados, o que é incrivelmente deprimente para considerar.

Fim da tradução

É um texto muito bom de forma geral. Talvez eu tenha perdido algum ponto na tradução, mas acho que deu para pegar o espírito. Realmente o mundo pokémon é bem estranho e tem muitas outras coisas que ainda não foram explicadas.

Só acrescentando algumas questões:

Imagine que o Pokémon permaneça senciente dentro da pokébola como sugerido no texto. Como fica a mente dos Pokémons guardados eternamente por pessoas que decidiram “pegar todos”, mas nunca vão usar um Weedlee por exemplo? E os pokémons que são trocados nos jogos sem nenhuma consideração?

Imagine um Pokémon forte colocado para procriar várias e várias vezes para gerar uma geração poderosa exatamente como fazemos no jogo. Pense que essa é uma criatura inteligente. Apenas pense.

Chega. Poderia ficar aqui levantando pontos, mas daí esse post não sairia nunca.

É isso galera. Comentem aí.

Essa tradução é livre para uso desde que devidamente creditada.

Um abraço. E tchal.

via IO9

 

Vulto

Desprezível.

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15 Resultados

  1. Bruno Audi disse:

    Nunca mais jogarei com os mesmos olhos!

  2. Spider Yerusalem disse:

    Tinha pensado em alguns desses pontos, mas você foi bem mais longe do que eu havia imaginado, cara. Dá pra fazer uma obra foda tipo aquela A Revolução dos Bichos do Orwell, mas usando de pokémons. Imagina isso, mano. IMAGINA ISSO.

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