Admirável Mundo Novo – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de livro e eu preciso resenhar esse livor que eu já acabei de ler ainda no final do ano passado, mas enrolei para resenhar. Então vamos lá falar de Admirável Mundo Novo, um clássico das distopias.
Admirável Mundo Novo – resenha sem spoiler
Admirável Mundo Novo foi escrito por Aldous Huxley e publicado pela primeira vez em 1932. O livro é considerado, junto com 1984 (escrito em 48), como obras basais do que conhecemos hoje como distopias. Os livros guardam algumas semelhanças, mas se distanciam em muitos pontos.
Em Admirável Mundo Novo, acompanhamos uma sociedade moldada para manter a estabilidade social a qualquer custo. Enquanto em 1984, as liberdades são claramente cerceadas, em Admirável Mundo Novo, todos parecem livres, mas são condicionados desde crianças a agir conforme esperado pela sociedade. Toda a individualidade é rechaçada.
Um ponto interessante aqui é a hierarquização da sociedade de uma forma de controle da procriação. As crianças são separadas desde criança em castas (Alpha, Beta, Gama…). De acordo com a casta, a criança recebe produtos químicos diferenciados em seu útero artificial e também uma instrução diferenciada na forma do ensino hipnopédico durante o sono.
Personagens:
Na história acompanhamos Bernard Marx, um psicólogo Alfa que trabalha com o condicionamento e Lenina Crowe uma Alfa que trabalha na área de incubação.
Bernard é um Alfa, mas ele é baixinho e franzino porque, possivelmente, colocaram algum produto errado em seu pseudo-sangue. Ele se sente meio deslocado, porque não consegue gostar dos passatempos coletivos que todo mundo adora. Além disso, ele sabe como o condicionamento mental é feito e isso o afasta um pouco. Ele gosta da Lenina, mas nessa sociedade conceitos como amor e monogamia não são bem vistos.
O Selvagem:
As coisas mudam quando Bernard e Lenina viajam para uma Reserva indígena onde eles podem ver a vida dos Selvagens que não foram agraciados pela Civilização (com C maiúsculo mesmo). Tem toda uma história com uma mulher perdida que teve um filho. Seu filho se chama John, um Selvagem que conhece o idioma Inglês, lê Shakespeare, mas foi criado com os selvagens.
Então temos John, o Selvagem, sendo trazido para a civilização. E aí vai acontecer o conflito entre esses dois mundos e as diferentes formas de ver o mundo.
O que eu achei de Admirável Mundo Novo?
O livro é excelente, mas infelizmente, as comparações com 1984 são inevitáveis. E 1984 é muito mais maneiro e muito mais terrível que Admirável Mundo Novo.
A forma como a Civilização é descrita e mostrada é realmente incrível. Um mundo de controle total onde todas as pessoas se encaixam de alguma forma. Do ponto de vista de sistema, eu acho fantástico (independente da ética) as técnicas empregadas para fazer que os alfas se sintam bem em ser alfas, mas que, ao mesmo tempo, as castas mais baixas, se sintam felizes em sua estabilidade. Eticamente horrível, mas tecnicamente incrível.
A narrativa tem uns probleminhas (o próprio Aldous admite em um prefácio que ele escreve anos depois). O começo é muito expositivo, o autor literalmente te explica como as coisas funcionam sem ter nenhum conflito. O Bernard sente alguma angústia, mas conflito mesmo só vai ter quando o Selvagem entra na história e isso já é lá pela metade do livro.
Pode ser proposital, porque o livro fala um pouco sobre uma sociedade tão estável que parece meio massante. Mas aí, até entrar o conflito, o livro pode parecer meio morno na primeira metade. E o próprio Bernard fica um de lado depois que o Selvagem aparece.
O final é bem tenso e mostra como essa sociedade super esclarecida e funcional, pode ser banal e imbecil. O finalzinho tem um clima de tensão que o resto do livro não tem tanto.
Concluindo:
O livro é muito bom, o cenário é incrível, mas a narrativa podia ser melhor. Além disso, Admirável Mundo Novo é leitura obrigatória para quem quiser escrever distopias futuristas um dia. Recomendo muito.
Então é isso, baita livro, mais um clássico que eu finalmente li. Adorei.
Mas e você? O que acha? Já leu Admirável Mundo Novo? Ficou com vontade?
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Um abraço.
E tchau.