Descolonizando Afetos – indicação de livro

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de livro… de novo, mas dessa vez é uma indicação e não uma resenha. Já expliquei que livros mais teóricos eu não faço uma crítica porque não tenho teoria suficiente para isso. Mas então vamos nessa com Descolonizando Afetos.

Descolonizando Afetos experimentações sobre outras formas de amar

Descolonizando Afetos: experimentações sobre outras formas de amar é um livro da Geni Núnez, uma psicóloga, escritora e ativista Guarani.

O livro fala sobre não-monogamia através da ideia e da vivência dos povos originários brasileiros. O livro se divide em 3 partes.

A primeira parte fala sobre colonização, monocultura e monogamia. Ela fala sobre como a catequização e o ideal da monocultura é trazida para o Brasil pelos colonizadores e como os povos indígenas tinham (e ainda lutam para preservar) outras formas de afeto.

“… quando os missionários chegaram aqui, ficaram obcecados por erradicar as não monogamias indígenas, porque compreendiam que sem adesão à monogamia não seria possível realizar o batismo, e sem o batismo todo o sucesso da obra missionária ficaria comprometido.”

A segunda parte tem como objetivo desmistificar a Não Monogamia. Ela começa diferenciando a não monogamia de outros termos como “relacionamento aberto”, “poligamia”, “poliamor”. Além de desmistificar críticas comuns à não monogamia e comparações errôneas. A partir das respostas ela já começa a repensar alguns conceitos normalizados da monogamia, como a centralidade do sexo, por exemplo.

“É por isso que uma não monogamia comprometida de fato com a descolonização também precisa questionar a centralidade do sexo e das orientações sexuais. É a partir daí que muitas outras hierarquias decorrentes dessa lógica podem ser desmanteladas.
Para quem você envia poemas, músicas, flores? com que você pensa em viajar, passear, dormir? Na monogamia as amizades são o plano B do amor, o estepe, o complemento. A amizade é bem-vista desde que não ouse borrar as “sagradas” fronteiras do amor e sexo; apenas esse amigo é tido como confiável.”

Então vem a terceira parte, que é focada justamente na prática. Não como algo simples e fácil. A autora deixa bem claro que não é nada fácil mudar o pensamento e que a prática não monogâmica (as práticaS no plural, porque a não monogamia não é uma prática pronta e dada, mas também abraça a diversidade) é um desafio em construção.

Mas também trata de alguns temas do ponto de vista da não-monogamia. Sofrimento, Insegurança, Rejeição, Auto-Estima e até o conceito de beleza. A autora repensa todas as coisas do ponto de vista de uma prática não-monogâmica.

“Uma das violências do sistema de monoculturas é a tentativa de impor um mesmo modelo ao planeta inteiro. Não tem como ser saudável algo que se propõe como universal, pois a homogeneização não leva em conta as singularidade e especificidades. Então quando falamos sobre não monogamia, é importante atentarmos para não recairmos no mesmo equívoco”

E todas essas discussões tê como complemento com belos poemas da autora.

O que eu achei de Descolonizando Afetos?

É um livro poderosa e muito sintético. Os capítulos são curtos e vão direto ao ponto. Eu gosto, mas eu vou precisar ler de novo, porque ele é tão sintético que uma falta de atenção pode te fazer perder um detalhe importante.

Esse post é uma recomendação de leitura. E é isso que eu estou fazendo. Recomendo esse livro.

Mesmo que você não pense em não monogamia, acho que é um bom livro para ler para conhecer o termo e o pensamento à respeito. São reflexões interessantes para se fazer.

Esse é um livro brasileiro e atual, então não recomendo pirataria (é raro). Eu recomendaria que você comprasse coma autora, mas no perfil dela tem o link da Amazon. Se for para comprar pela Amazon compre por aqui que eu ganho uma migalha. (clique na imagem da capa)

Descolonizando Afetos experimentações sobre outras formas de amar

Então é isso. Livro excelente. Recomendo.
Mas e você, o que acha?
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Um abraço.
E tchau.

Vulto

Desprezível.

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