Batman Cidade Castigada – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de quadrinhos e eu trouxe um gibi do Batman. Isso para lembrar que ele é um personagem importante e não só “aquele cara referenciado nos filmes do Coringa“. Então vamos lá falar de Batman: Cidade Castigada.

Primeira coisa, Batman Cidade Castigada não é uma minissérie. Essa história foi publicada na revista Batman, das edições 620 até 625. Então é um arco normal da revista mensal do morcegão, mas que saiu em um encadernado pela Panini.

A história começa com o Batman dando uma surra no Crocodilo. Isso porque ele está investigando a morte da irmã de um traficante chamado Angel Lupo. O corpo da menina foi encontrado no aterro sanitário, com marcas de mordida.

O Batman vai atrás do tal Angel Lupo, porque suspeita que ele pode ter mandado matar a própria irmã ou que está com medo de ser assassinado. O cara foge e enquanto Batman o persegue, um garoto tem seus pais mortos em um beco. Tudo isso na primeira edição (Batman 620).

Então assim a história se segue, com o Batman traumatizado, vendo a si mesmo no garoto que também perdeu os pais para o crime, enquanto se culpa achando que causou a morte do garoto.

Enquanto isso, ele assume a tarefa de resolver o assassinato da menina a qualquer custo, se tornando mais violento e brutal do que de costume. Enquanto não pegarem o cara, ninguém vai comprar ou vender nada em Gotham. Então todos os criminosos de Gotham ficam atrás do cara.

A cidade:

Além disso, durante todo o arco, temos o Batman relembrando da morte dos pais. Toda vez que ele dorme, desmaia e/ou toma uma surra, ele lembra do dia da morte dos pais. De como ele era um muleque mimado e de como ele estava brigado com os pais naquele dia. Então além do submundo de Gotham, temos o submundo do Batman sendo explorado.

Outra coisa legal, e essa é a mais legal mesmo, é uma nova dupla de vilões mafiosos que aparecem em Gotham: a dupla Hiroshima e Nagazaki. Nagazaki é um cara grandalhão que luta bem de perto, enquanto Hiroshima é uma menina jovem, super ágil. Tão ágil que o Batman mal consegue ver e acaba tomando uma surra dela, duas vezes.

Além disso, a hq constrói uma relação interessante entre o Morcegão e o Pinguim. Parece que existe uma trégua entre os dois, mas uma trégua instável. O Batman deixa que ele opera em troca de informação em momentos oportunos, o que faz sentido do ponto de vista operacional, mas não quando falamos do Batman. Isso faz sentido para um detetive noir que está ali na beira da legalidade e mantém contatos no mundo do crime, mas não para “um maluco que quer acabar com o crime na base do soco”.

Batman também trabalha com o detetive Crispus Allen, que será importante para o universo DC no futuro, como O Espectro.

No fim:

No fim, descobrimos quem mandou matar a menina e que ela tinha um amante dentre os grandes vilões de Gotham (não direi quem). Descobrimos tudo isso com uma virada rocambolesca muito passional, mas interessante.

Em paralelo, temos o Batman lidando com seus próprios traumas e pensando no que esse garoto que perdeu os pais vai se tornar. (Não, ele não vira um Robin).

O que eu acho de Batman Cidade Castigada?

A HQ é boa, o Azarello escreve desse jeito maluco dele onde tudo é máfia e até coisas que não são máfia, viram máfia. Mas, para o universo do Batman isso funciona bem.

Porém, a narrativa é um pouco confusa e eu nunca me lembro quem matou quem pouco tempo depois de ter lido. Na verdade o crime mesmo nem é tão interessante, o legal mesmo é ver o Batman quase quebrando e levando a cidade junto. E, é claro, as surras que ele leva da Hiroshima.

Infelizmente esses dois vilões nunca voltaram. Seria legal.

No geral é uma hq que vale a pena ler, mas sei se merecia ter sido publicada em capa dura.

De qualquer forma, se quiser comprar, compre pela Amazon e ajude o site a crescer.

Batman Cidade Castigada tem roteiros de Brian Azarello e arte de Eduardo Risso, que tem nome de brasileiro, mas é argentino.

Então é isso, uma hq bem legal do Batman. Recomendo, mas depende do preço.
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