Marvels, de Kurt Busiek e Alex Ross – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Já faz tempo que eu não falo de quadrinhos por aqui e o tema desse post é o motivo disso. Eu estava enrolando para resenhar Marvels porque é uma hq realmente complexa e eu não tinha certeza de quando detalhe eu devia dar para cada uma das coisas. Então enrolei. Mas agora tomei vergonha na cara e vamos lá falar de Marvels.

Marvels 1

Marvels é uma hq da Marvel e é uma história sobre a história da Marvel desde o começo até o fim da era de prata dos quadrinhos. Ela não conta a história da editora, mas conta a história do universo pelos olhos das pessoas comuns. Você já vai entender. Marvels foi publicada em 1994 com roteiros do Kurt Busiek e a arte inconfundível do Alex Ross.

Marvels #1

Phil Sheldon, um fotógrafo, conta a história. A primeira edição começa em 1939, quando um cientista vai fazer uma demonstração de seu homem sintético. O tal Homem Sintético logo começa a pegar fogo. Depois esse tal homem em chamas começa a aparecer na cidade como o Tocha Humana original, que é o primeiro herói da Marvel, publicado em 1939.

Logo aparece um misterioso homem submarino (o Namor) no cais de Nova York. Ele salva uma pessoa, mas essa história fica mal contada e as pessoas ficam achando que o tal príncipe submarino é uma ameaça. Então esse é o tom da primeira edição: Tocha Humana e Namor: heróis ou ameaças?

Segue o clima de tensão até que finalmente vem a luta entre os dois (Marvel Mystery Comics #9 – 1940) heróis. Uma luta brutal, prédios sendo atingidos, as pessoas pensando que vão morrer, mas logo acaba e as pessoas não sabem o que aconteceu. Porque é assim que funciona, os heróis brigam nos quadrinhos, depois fazem as pazes e as pessoas comuns não ficam sabendo de nada.

Phil Sheldon termina seu noivado, porque ele sente que não conseguiria proteger sua família em mundo cheio de super seres. Ele também desiste de ser um correspondente de guerra, porque as coisas estão acontecendo na américa.

A Guerra:

Então vem o Capitão America, derrotando nazistas no front. Logo vêm informes de que Namor e o Tocha Humana estão lutando juntos contra os nazistas. Mas eles brigam de novo, rola uma onda gigante em Nova York e é nesse momento que o Phil entende que ele tem que estar no meio da coisa toda. Ele corre para o topo de um prédio para fotografar. Toma uma tijolada na cabeça e fica caolho. Toma coragem para casar e, finalmente ser fotógrafo de guerra.

E a primeira edição termina com ele tirando uma foto do All Winners Squad invadindo uma base nazista.

Marvels #2:

Marvels 2

A segunda edição já pula para os anos 60 com o renascimento da Marvel. Phil está de volta aos Estados Unidos, agora mais velho e pensando em escrever um livro com suas fotos de super heróis. Enquanto isso Capitão América está de volta (descongelado) e começa a fazer parte dos Vingadores (Avengers #4 – 1963). O Quarteto Fantástico já é famoso (começa em 61). Rola a luta contra os Mestres do Terror (quando jogam cola e prendem as pessoas na rua), quando Phil Sheldon consegue sua clássica foto do Gigante.

Então começa o tema da edição mesmo, que é a “Ameaça Mutante”. Depois de salvar uma galera, os X-Men são tratados como ameaça com aquele climão de preconceito das histórias originais. Phil compra o discurso e começa a ter medo dos mutantes.

Enquanto as pessoas temem os mutantes, eles adoram o Quarteto Fantástico (que anunciam o casamento do Senhor Fantástico com a Mulher Invisível) e os Vingadores, que mudam de formação (com mutantes inclusive).

A história vira quando Phil vê pessoas caçando mutantes, mas descobre que uma criança mutante ficou escondida em sua casa. Ele percebe que é só uma criança e vê a bosta que as pessoas estão fazendo.

Rola um quebra-quebra porque as pessoas estão loucas e, enquanto isso, rola a primeira treta com as Sentinelas, que é resolvida pelos próprios X-Men, mas ninguém fica sabendo.

Marvels #3:

Marvels 3

A terceira edição começa com a descrença nos heróis. Os Vingadores são transformados em ameaça e logo depois descobrem que era uma farsa. Começam a processar Tony Stark. Surge a SHIELD, mas o povo não bota muita fé.

Phil fica muito bravo quando um maluco fica dizendo que o mundo vai acabar por causa dos heróis (isso acontece durante o caso do alagamento). Enquanto isso já temos o Clarim Diário atacando o Homem Aranha.

Então vem a história principal dessa edição que é a primeira vinda do Galactus. Chega o Surfista Prateado, o Tocha toma uma surra e depois, do nada, aparece um super deus alienígena construindo uma máquina gigante. O quarteto está derrotado e a todo mundo começa a achar que de fato é o fim do mundo.

Enquanto as pessoas parecem estar aceitando que o mundo vai acabar, o Surfista Prateado muda de lado e começa a enfrentar o Galactus também e, de repente, o gigante vai embora. Ninguém fica sabendo o que aconteceu. As pessoas não entendem o que aconteceu (porque eles não sabem do Nulificador Total).

As pessoas chegam a achar que era tudo uma farsa. E nessa que o Phil fica ainda mais puto com as pessoas sendo ingratas com os heróis.

Marvels #4:

Marvels 4

A última edição da minissérie é focada no Homem Aranha e na falta de fé das pessoas nos heróis. Enquanto os Vingadores lutam na Guerra Kree-Skrull, depois de terem sido desacreditados na Terra (por um Skrull), o Homem Aranha segue sendo atacado por todos.

Então morre o Capitão Stacy e o Homem Aranha leva a culpa. Phil toma como missão provar que não foi o Aranha que matou o cara. Ele começa a fazer uma investigação e acaba conhecendo a Gwen Stacy, que foi a namorada do Peter Parker por muito tempo.

Ele fica amigo dela e fica encantado com a forma pura que ela vê o mundo. A Gwen é a personagem que vê as coisas de forma mágica e maravilhosa. E então vem a tragédia. A luta do Aranha contra o Duende Verde. A luta em que a Gwen Stacy morre.

Isso mata a fé do Phil. Ele fica muito triste com a morte da Gwen, mas a vida continua. O que para muitos foi o fim de uma era (a morte da Gwen é considerada o fim da Era de Prata), mas a vida continua.

Então no fim Phil desiste de seu livro e passa o trabalho para a sua assistente. O que representa o fim dos quadrinhos para ele, que não está mais interessado em ser o observador desse mundo. Mas o mundo continua na era de bronze.

Fim.

O que eu achei?

Marvels é um clássico da Marvel, por mais que eu adore a piada de que a Marvel não tem clássicos.

O roteiro é muito bem escrito, a arte é fantástica e a história é lotada de referências dignas de deixar qualquer leitor das antigas (ou quem pesquisa gibi) de cabelo em pé. Eu sei pouco de Quarteto Fantástico, mas já entendo mais de Vingadores porque estou lendo as histórias desde o começo. Então por isso, eu acho lindo ver as referências aos Mestres do Terror com sua história super boba de jogar cola na cidade. Isso além do básico de saber que o Tocha Humana original é o primeiro herói da Marvel e que ele e o Namor saíram na porrada ainda nos anos 40.

E a série toda é lotada de referências, umas óbvias e outras obscuras, como o The Angel, aparecendo em um quadro.

Então Marvels é uma carta de amor (muito bem escrita) à história da Marvel. Além de uma história legal, porque o Phil é maneiro, ela passa por todo o absurdo que a gente ama nas hqs. Além de trazer uma nova visão, porque eu nunca tinha pensado em como a vinda do Galactus pareceria confusa para as pessoas normais.

Então se você não leu Marvels, leia, porque é maravilhoso. Simples assim.

Volte no post e clique nos links, porque eu linkei as edições onde as coisas aconteceram (as que eu sabia). E tem muita referência que eu não sei ainda. Então toda vez que eu releio eu pelo mais referências.

E é claro que eu não citei nem a metade. Acho que eu devia ter feito quatro posts.

É lindo de ver.

Então é isso. Gibi lindo e maravilhoso. Recomendo demais.
Mas e você, o que acha? Já leu?
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Um abraço.
E tchau.

Vulto

Desprezível.

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