Porcelain (hq) – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de post de quadrinhos e eu quero falar de um gibi lindo. Eu não entendi muita coisa e nem sei se tinha muita coisa para entender, mas a arte é primorosa. Então vamos logo falar de Porcelain.
Porcelain é uma hq da Ablaze, uma editora que eu não conhecia até então. É uma minissérie em 5 edições com roteiros e arte da Maria Llovet.
Porcelain – resenha:
A história se passa em um mundo esquisitão que tem muita similaridade com o mundo real, mas é meio idílico e esquisitão. A protagonista, Beryl, vive num deserto com a tia. Logo no começo temos um diálogo entre elas. A tia quer que ela vá para cidade tentar ser alguém na vida, enquanto ela quer ficar. Então começa a história mesmo.
Beryl vai comprar umas coisas no mercado, mas no caminho de volta encontra um casarão sinistro com uma placa “Casa de Bonecas”. Ela chega perto e é engolida pela casa. A história toda se passa na casa de bonecas.
A casa é surreal, com cômodos enormes, corredores infinitos e parece um labirinto. Dentro da casa existem várias bonecas de porcelana que parecem ser parte humanoides e parte feitos de outras coisas. Ainda na primeira edição ela encontra Valentina, que diz ser A Escultora. Ela diz que Beryl é bonita por ser muito branca como porcelana. E diz que ela tem potencial para ser uma boneca.
Valentina tenta chegar perto, mas o gato preto não deixa. Então acaba a primeira edição e a segunda começa tão confusa quanto. Ela já está junto com um menino chamado Axel, que começa a ensinar ela a fugir pela casa. A ideia é que a Valentina pega as pessoas que são capturadas pela casa para transformar em bonecas.
O resto das edições são eles dois fugindo por cenários surreais, enquanto temos flashbacks (também surreais e confusos) sobre a Valentina. Axel é um derrotista e não quer se arriscar. Ele está de boa em ficar preso ali para sempre, desde que seja para correr menos riscos.
Eros e Thanatos:
A escolha dos caminhos é representada por duas portas com os dizeres: Eros e Thanatos. Axel diz para eles nunca irem para Thanatos. Mas a história só se resolve quando ela toma coragem e vai.
Thanatos e Eros são duas divindades. Thanatos é a morte e Eros é um deus do amor e do erotismo, mas também está ligado à pulsão de vida. O quadrinhos todo tem uma leve sensualidade, mas também tem muitos temas ligados à morte, como esqueletos e crânios.
Ao entrar em Thanatos, Beryl se aproxima de Valentina e da própria morte. Eu não vou contar como a história dentro da casa termina, mas no fim das contas a metáfora da escolha difícil tem a ver com a vida da Beryl, que precisa sair da própria zona de conforto, vencer o medo e ir para a cidade. Isso também aparece na primeira página da hq.
“Sempre há duas escolhas, dois caminhos a seguir.
Um é fácil. E a única recompensa é que ele é fácil”
A hq é bem ágil porque não tem muitos diálogos. Tem muita correria e cenários super doidos com um monte de referências escondidas pelos cantos. Mas você passa o olho e consegue ler muito rápido. Porém, vale a pena ler devagar para apreciar a arte que é linda.
O que eu achei de Porcelain?
A história parece ser simples, mas me desafia por ter uma complexidade escondida. Tem umas metáforas que são fáceis, mas outras nem tanto. Os nomes de Thanatos e Eros não estão ali atoa. Mas como eu manjo nada de mitologia, psiclogia e coisas do tipo, fiquei com a sensação de não estar pegando algo que estava quase pulando na minha cara.
Lembro que existe um livro do Byung Chul Hna, chamado A Agonia de Eros. Já li faz um tempo, mas ele fala de Eros e de Thanatos, como essa questão da pulsão de vida e de morte. É complexo e eu lembro muito pouco. Mas parece que os símbolos são os mesmos. Então vou ter que reler.
No geral é uma hq que não entrega muito na primeira leitura, mas que promete mais. E tem a vantagem de ser curtinha. Então compensa muito. E a arte é linda. Vale a pena.
Ah sim, as capas são todas lindas demais.
Infelizmente não sei se saiu no Brasil. Vou checar.
Então é isso. Gibi lindo. Recomendo. Procurem aí na pirataria mais próxima.
Mas e você? Já entrou em uma casa de bonecas do mal?
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Um abraço.
E tchau.
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