Rorschach (parte final) – resenha
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de quadrinhos e eu quero terminar de falar da HQ do Rorschach do Tom King. É uma minissérie em 12 partes onde acontece muita coisa, então dividi a resenha em 4 partes.
Se você caiu aqui de paraquedas, leia a parte 1, parte 2 e parte 3 clicando aqui. Depois volte aqui para o final.
Até agora: Está tendo a eleição entre Redford (o atual presidente) e Turley, o candidato conservador. Um cara vestido de Rorschach e uma Cowgirl mascarada tentam matar Turley, mas falham. De alguma forma eles conseguiram crachás para a convenção do Turley, mas alguém deu uma dica para a segurança e por isso eles foram pegos.
Nosso protagonista é um detetive sem nome, contratado por Alan (o chefe de campanha do Turley), para descobrir o que aconteceu. Durante toda a investigação ele se sente como se estivesse sendo guiado para um resultado esperado. Mas algumas coisas o deixam meio cabreiro. Quando ele agride algumas testemunhas, elas ficam felizes, como se ele estivesse se tornando algo. Essa galera era amiguinha dos assassinos (Wil Meyer e Laura Cummings) e parece que eles acreditam que os heróis podem reencarnar.
A pista atual é que o corpo que estava na fazenda tinha um pager, e ele foi chamado pela campanha do Redford.
Oates:
O Detetive descobre que Frank Miller ajudou os nossos dois assassinos maluquinhos a conseguir dicas de um segurança de verdade. Ele dizia que era pesquisa para uma história em quadrinhos e conseguiu os contatos. Mandou uma lista de nomes. Descartando alguns nomes, ele chega a Oates, um ex-militar que trabalha com segurança privada. O corpo na fossa da fazenda da edição anterior. Casa bagunçada, arquivos organizados, o detetive deduz que ele tinha uma secretária, assistente, algo assim.
Basicamente o cara topou, começou a passar as dicas para os dois malucos. Até conseguiu os crachás para eles entrarem. O negócio é que a dica que ela estava dando, de onde ela poderia atirar no candidato, era um lugar muito ruim e um tiro absurdo, então o Oates achava que não daria certo, era só ficção algo assim.
Então Oates consegue os crachás, vai até a casa para entregar pessoalmente para os dois maluquinhos. Chegando lá ele vê a estrutura que eles montaram para ela treinar o tiro. E vê que a Luara consegue acertar o tiro, mesmo com o ângulo todo errado. Finalmente o Oates descobre que eles estão falando sério e tenta impedi-los. Ele atira na Laura, mas acerta no braço. Laura mata ele e os dois jogam ele na fossa, onde o detetive o encontra.
O detetive descobre isso tudo, porque a secretária do Oates se suicidou e deixou uma fita contando tudo. Ela sabia o que tava rolando e depois que Oates sumiu, ela quem liga para a campanha no dia do atentado. E ela se matou depois.
Surto:
Essa edição é a penúltima, mas tudo se resolve aqui. Acontece que na edição anterior, Oates tinha um cofre e no cofre ele tinha uma garrafa de cerveja com digitais. E ao beber com Alan, o detetive pega a garrafa e compara com as digitais.
Agora o detetive entendeu tudo e está conversando consigo mesmo, mas ele enxerga Laura Cummings e Wil Meyerson como Rorschach. É hora de repassar todo o caso. Basicamente quem era o contato de Oates era o Alan, a própria campanha de Turley. Eles deixaram a coisa acontecer, porque precisavam de um atentado para reverter os resultados da eleição. Depois que Oates morre, o chefe do segurança faz o resto. Ele quem soube, ele quem fez a ligação e toda a história da menina suicida era falsa.
Mataram a assistente do Oates e fizeram ela gravar uma confissão para o detetive achar. E agora ele encontrou e tem toda a documentação que Turley precisa para acusar Redford de conspiração para assassinar o competidor.
O Detetive foi conduzido por tudo e por todos. E agora Laura e Wil dizem que ele sabe o que tem que fazer, matar Turley.
Alan chama o detetive para encontrar o Turley.
Rorschach:
Essa história é só a finalização. As grandes revelações acontecem na edição anterior. O Detetive encontra Alan e Turley para revelar tudo. Enquanto ele coloca uma gravação para tocar e assassina os dois. Depois sai de fininho e fala para a segurança que eles estão ensaiando discursos.
No fim, o detetive vai para o cinema assistir um filme do Pontius Pirate.
O que eu achei de Rorschach?
Essa série é muito interessante. É uma série sobre gente maluca se radicalizando. Enquanto isso é mostrado como algo triste e terrível de gente perdida e quebrada que se radicaliza acreditando em qualquer doideira. Enquanto isso temos um protagonista que é um desses caras, com poucos amigos, que leva seu trabalho até as últimas consequências.
O Detetive é um espetáculo à parte. Por mais que ele possa parecer raso numa primeira olhada, a falta de fatos sobre ele são o grande lance. Ele não tem parentes, amigos, nem nome direito (óbvio que ele tem nome, mas nós não sabemos). Ele não é o tipo que vai em teoria da conspiração, mas ele é um cara que cai em uma conspiração real e vê a podridão do mundo, como o Rorschach descreve em Watchmen.
Então ele é o outro tipo de pirado, mas é um pirado. E parece que é disso que os heróis mascarados são feitos. Depressão, obsessão e uma sensação de que algo precisa ser feito. No fim ele acaba sendo guiado para ser um novo Rorschach, vitória para o time dos doidos.
Mas dá para culpar esse maluco? Quando pensamos no que ele sabe e só ele sabe (a coisa da digital não serve de prova) sobre o assassinato da pobre Diana, que é a única inocente da história e ainda levou fama de suicida?
Rorschach é um parasita mental. É a indignação mal direcionada. Todo mundo sabe que o mundo que vivemos está ruim. Porém, é difícil ver o quadro inteiro e as pessoas enlouquecem com suas indignações locais. E os conservadores são mestres nisso: em elencar inimigos falsos.
É uma hq muito interessante. Não sei se gosto tanto do final. Acho que sobrou pouco para a última edição. Mas com certeza é uma hq para pensar. Eu adorei.
Então é isso. Esse é o fim dessa série de 4 posts. Curti.
Mas e você, leu essa história?
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Um abraço.
E tchau.