UZUMAKI, SPIRAL INTO HORROR (mangá) – resenha
Salve, salve, seres humanos e criaturas caracol da terra.
Esse é mais um post de redator e isso vai ser cada vez mais frequente aqui no site. Hoje, o Nicolas Nunes, nosso homem dos mangás, trouxe para nós a resenha de Uzumaki, um clássico do horror japonês do mestre Junji Ito.
Daqui para frente o texto é dele.
UZUMAKI (SPIRAL INTO HORROR) – resenha por Nicolas Nunes
Yo! Bom dia pra quem é do bom dia e boa noite pra quem é do boa noite.
Que tal começar seu dia ou sua noite com uma saraivada de horror cósmico?
Prepare sua mente e esconda da vista qualquer espiral, lhes apresento: UZUMAKI.
A história se passa numa pacata cidade litorânea do Japão (Kurôzucho) onde tudo é contaminado pela espiral.
Você disse espiral? Sim.
Não tem nenhum homi mascarado, nenhum ET, nenhuma profecia maluca? Não.
A espiral vai além de tudo isso. Não é como se fosse uma maldição… é uma presença. A espiral está em tudo que ali habita, ela faz, ela quer, ela é.
E as pessoas só vão começando a se dar conta disso quando uma série de fenômenos sinistros começam a acontecer na pequena Kurôzu. Um açude onde a água roda num fluxo de espiral, uma mulher que arranca as digitais dos próprios dedos para não ver espirais em seu corpo, e corcundas em formato de espiral que crescem nas pessoas até transformarem-nas em caracóis gigantes, as chamadas: Povo-Caracol.
Merecedor da alcunha de Allan Poe japonês, Junji Ito orquestra tudo isso lindamente. Este dentista técnico em próteses traz todo o seu conhecimento de anatomia para os mangás que cria. Com mais de 45 títulos publicados, Ito é muito conhecido por Uzumaki: Spiral into horror, e Gyo: The Death-Stench Creeps (o mangá dos peixes-zumbi fedorentos).
Notavelmente influenciado por H.P. Lovecraft, Junji Ito enriquece o universo daquilo que chamamos de horror cósmico, ou cosmicismo. Neste gênero, o clímax não é causado por um personagem só, mas por uma série de personagens que fazem parte de algo maior: uma presença onisciente e onipresente. Um bom exemplo é o aclamadíssimo “O Chamado de Cthulhu”, entretanto outros bons autores do gênero já inspiraram obras que marcaram época. Como por exemplo Robert Bloch que, em 1959, publicou o romance de horror Psicose, que ficou eternizado no longa-metragem homônimo de Alfred Hitchcock pouco mais de um ano depois.
Você pode dar uma conferida em outros autores de horror cósmico no link abaixo, que vai te direcionar para uma matéria sinistrosa da Revista Galileu: Clique aqui.
O que eu achei de Uzumaki?
Malandro, vou te falar: Duca. Ducar@lho. O Ito manda bem, mas em Uzumaki ele mandou bem demais da conta sô. Eu fiquei horrorizado com as situações em que as pessoas de Kurôzucho se meteram e agora tenho um certo medinho de espirais kkkkkk. JURO! Sempre que estou mexendo água na panela ou vejo meu redemoinho do couro cabeludo, eu penso: A espiral. É uma parada que entra na sua cabeça, e entra em formato de espiral.
Os personagens são simples, mas, mesmo assim, Uzumaki não é um mangá que dá pra ler numa cagada (sem atenção). Isso porque uma coisa vai se ligando à outra e às vezes você fala ‘PERA AÍ!’, e volta lá no início pra se lembrar de um elemento que voltou à tona no final. O mais legal de tudo é o surrealismo da parada que o Ito leva ao extremo e ainda deixa sanguinário até o talo. Eis aí um novo gênero literário: Surrealismo Sanguinário Até o Talo.
A obra é dividida em várias historietas, algumas estão presentes no desfecho e outras são só pano de fundo. A que eu mais gostei foi a Mosquitos: grávidas que saem de seus leitos hospitalares na calada da noite para sugar o sangue dos outros pacientes com brocas ocas de metal que são manipuladas à manivela. E quando os bebês nascem… Bem, leiam… Hehehe.
Conclusão: Uzumaki merece a alcunha de ‘clássico dos mangás de terror’ SIM!
“Se eu tô onde eu tô foi porque MERECI!!!” – Declaração de Uzumaki sobre ele próprio.
Uzumaki foi escrito e ilustrado por Junji Ito, aparecendo primeiramente como uma série na revista de mangás semanal Big Comic Spirits, entre 1998 e 1999. A história foi adaptada para dois videogames e um longa-metragem japonês, dirigido por Higunchinsky.
Nota do Editor: Você pode comprar Uzumaki na Amazon:
Então é isso, amigos de lugar nenhum. Curtiram?
Já conheciam esse clássico? Já leram? Concordam?
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Saudações rubro-negras.
E lembre-se: cuidado com a Espiral.