Barbie – resenha atrasada

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de resenha e eu quero falar de um filme que chamou a atenção de todo mundo no ano passado, especialmente dos reaças. Então vamos nessa falar da Barbie.

Barbie

Barbie foi um dos filmes mais polêmicos por motivo errado do ano passado. O filme tenta reposicionar a boneca na atualidade (bem de levinho) e isso já foi o suficiente para deixar alguns tiozões reaça bem revoltados com o filme. “Não leve suas filhas para ver esse filme, porque ele é um filme feminista demais e até anti-homem”. É sério, teve gente imbecil que falou isso.

O filme teve um hype desgraçado, todo mundo foi assistir de rosa, foi lindo, mas não fui assistir. Finalmente assisti e vou falar sobre o filme. Então vamos nessa.

Barbie:

O filme tem uma premissa relativamente simples. A Barbie principal (a Barbie estereotipada padrão) vive uma vidinha perfeita na Barbielândia. Tudo vai bem, até que ela começa a pensar sobre a morte, ter celulites e encostar os pés no chão. Algo está acontecendo e ela precisa vir para o mundo real para ver o que está acontecendo. Ken vai escondido no carro dela.

No mundo real, a Barbie descobre que ela não ajudou a criar um mundo perfeito e igualitário para as mulheres, mas que, muito pelo contrário, o mundo está cagado. Enquanto ela tenta achar a criança que está brincando com ela e sendo triste, Ken descobre que existe o Patriarcado e que os homens dominam o mundo. Ele tenta se alocar nesse novo mundo onde os homens mandam, mas ele não sabe fazer coisa nenhuma.

Então Ken tem a bela ideia de voltar para a Barbielândia para começar seu próprio patriarcado do zero (o termo que ele usa é esse mesmo) e tem sucesso, porque as Barbies são tão empoderadas que não têm anticorpos para o machismo (é sério, eu não tô inventando).

Então a Barbie volta e começa uma batalha para “des-hipnotizar” todas as outras Barbies e livrar a Barbielândia do controle dos Kens super-héteros.

Barbie

O que eu achei de Barbie?

O filme é bom. Nem excelente, nem ruim, mas simplesmente bom. Passa de ano com alguma folga. Algumas piadas são muito boas, outras nem tanto. E as músicas são legais.

O que eu achei esquisito é que o filme transita entre ser básico do básico do feminismo, mas também trata de algumas coisas passando direto, sem expor muito. Claro que ninguém queria um filme palestrinha (eu não esperava nada de um filme da Barbie, na real), mas ele deixa de falar algumas coisas que me parecem importantes, dado que outras coisas são bem básicas.

O patriarcado dos Kens é bem caricato. Dá uma visão de piada de coisas que a gente conhece do machismo estrutural, mas a crítica extremamente caricata acaba minimizando a crítica da estrutura em si. Como eu posso explicar isso? Uma mulher que vê um filme de um marido que espanca a esposa, pode relevar um relacionamento abusivo porque “pelo menos ele não me bate”.

O filme não é ruim, mas ele me causa esses sentimentos conflitantes, porque ele fica transitando entre caricatura, profundidade, uma crítica mais direta (bem óbvia) e críticas mais sutis (um pouco mal explicadas). Mas eu gostei no geral. Ele é um filme que tenta fazer algo diferente pelo menos.

Barbie

Mattel:

É claro que é um filme de empresa. É um grande merchandising da Mattel (pelo menos eu não paguei para assistir). Ele tenta dizer que a Barbie foi a primeira amiga de muitas meninas e fez com que elas pudessem sonhar com as profissões e blábláblá e é meio balela mortadela. Então o filme consegue levar a narrativa para onde a Mattel quer, fugindo de outros temas.

Não se discute padrões de beleza no filme, por exemplo. Não se fala do ideal de magreza de uma cintura onde não cabem os órgãos. Nem de compulsão alimentar, padrão da beleza branca e todas essas questões. Tem uma Barbie que é uma mulher gorda… uma.

Ele parece mais um filme anti-machista, batendo fácil em alguns padrões de comportamento bem nocivos e obviamente ruins (sem bater nos mais controversos) do que um filme feminista de fato. Eu achei feminista de menos, mas quem sou eu para decidir?

Ah sim, o filme fracassa miseravelmente como metanarrativa. As cenas envolvendo os agentes da Mattel são quase todas péssimas. Exceto pelo fato de não ter mulheres na diretoria, o que rende uma piada muito boa.

Então concluindo (chega, não aguento mais). Não é um filme super feminista que vai mudar o mundo. Não é um filme machista de uma gostosa estereotipada (que poderia ser). É um bom filme. Divertido e só ok. Recomendo até. Mas assista de graça porque pagar pra ver propaganda eu sou contra.

Barbie

Então é isso. Filminho daora. Assista sem medo.
Mas e você, o que acha?
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Um abraço.
E tchau.

Vulto

Desprezível.

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