ERASED: UM ANIME SOBRE PEDOFILIA – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia resenha e, já que é sexta feira, trouxe um texto sobre um tema pesado, o anime Erased. Então você pode ler e aproveita o vindouro fim de semana para se embebedar até esquecer.

A resenha é do Nicolas Nunes, nosso cara dos animangás. Daqui em diante o texto é dele.

Erased: Um Anime sobre pedofilia – resenha por Nicolas Nunes

Erased

No centro, o protagonista Satoru Fujinuma

 

Esse é de arrepiar. Para assistir com o coração na mão. Não devido a algum romance melodramático, mas porque este anime aborda dois assuntos pesadíssimos: Abuso infantil e pedofilia.

A história começa com a vida pacata de Satoru Fujinuma. Almejando ser um mangaká (quadrinista japonês), nosso protagonista trabalha como entregador de pizza para sobreviver enquanto corre atrás de seu sonho no Japão dos dias de hoje. Solteiro, ele vive sozinho num pequeno apartamento, sem quase nenhuma vida social fora do trabalho e longe de sua mãe, a única família que tem.

O grande diferencial de Satoru é o Revival, um dom que lhe permite evitar tragédias. Funciona assim, ele vive uma situação trágica, e, inexplicavelmente, volta no tempo alguns momentos antes da tragédia, ganhando a oportunidade de evitá-la.

Após sua mãe ser misteriosamente assassinada, Satoru torna-se o principal suspeito. Em pânico, foge, e dá início a uma perseguição. Num piscar de olhos, ele se vê num lugar completamente diferente daquele onde era perseguido pela polícia. Ao olhar um cartaz, toma um choque com a data: 1988. É um Revival. Então, o protagonista se dá conta de que terá de solucionar uma série de crimes cometidos por um serial killer, que vitimiza crianças entre 10 e 12 anos de idade, e que nunca foi capturado. O motivo para bancar o Sherlock? Tudo indica que esse serial killer é o assassino de sua mãe.

Só tem um detalhe: Satoru deverá fazer isso como um menino de 11 anos, pois era essa a idade que tinha no ano de 1988.




O que achei de Erased?

Há tempo eu não ficava bolado assim com um anime. Assistir uma série ou uma animação de investigação é uma coisa, mas ver isso envolvendo crianças do início ao fim… Já é algo fora do comum. Não sei o que me prendeu mais, se foi a adrenalina da investigação ou a raiva que o tema principal do anime dá. Você fica o tempo inteiro querendo ver o desgraçado do pedófilo se foder, e isso obviamente corrobora com a trama. E o fato de que a maioria dos personagens principais são crianças te deixa com um pouco de desesperança.

Por que? Porque são crianças! São ingênuas por natureza. O próprio Satoru só se dá conta do que todos ali estão vivenciando porque é na verdade um adulto, tem a “malícia”, e já viveu tudo aquilo antes do Revival. Logo nos três primeiros episódios você já é apresentado a um caso típico de abuso infantil: violência doméstica. É interessante ver a forma como é retratada essa situação, a animação permite uma descrição muito poética, sem comprometer seu caráter dramático.

A molecada brincando no pátio da escola. A infância deve ser isso: brincadeiras e estudos

Aliás, essa é uma coisa que o anime soube trabalhar muito bem. Não se vê um drama clichê, não! Você se emociona muito com o clímax da narrativa, como se estivesse vivendo ela. Não há sentimentalismo exacerbado e nem trilha sonora repetitiva.

E falando da trilha sonora… gente, que trilha sonora. Ela é PESADÍSSIMA, não devido a notas altas e andamentos rítmicos gritantes, ela cria um ambiente sombrio, quase que depressivo, recheado de melodias lentas e lamuriosas. Durante o anime fiquei concentrado demais na narrativa para analisá-la, mas quando a ouvi separadamente depois, percebi que ela não só cumpriu seu papel, como também é uma narrativa em si mesma.

Bicho, é uma injeção de adrenalina. Você fica torcendo o tempo todo para as crianças vencerem só que sem saber se realmente vão conseguir. O sinistro é que, se elas não conseguirem, não vai ser um ninjazinho que vai ficar sem honra, ou algum mestre pokémon que vai perder um torneio; uma criança será sequestrada, estuprada e assassinada. É apresentado um problema do mundo real, um problema nojento. O lado fantástico do anime (o Revival) é na verdade um elemento que corrobora para a narrativa, não é o foco.

E a explicação do criminoso (não vou falar quando e nem em qual momento ele se explica XD) é também muito poética. Ele narra seu ponto de vista de forma lírica, fazendo até alusão a elementos da natureza. Os criadores e produtores dessa história foram de uma sensibilidade tão aguçada que souberam retratar o perverso de forma lírica, e narrar um tema repulsivo de forma cativante (acredite se quiser). E também passaram uma mensagem muito sabida, porém muito ignorada: A perversidade vem de quem nós menos esperamos.

O vilão ao fundo – qual das três Satoru conseguirá salvar: A amiga, a colega de classe ou a mãe?

Olha, eu tive dificuldade em escrever essa resenha, confesso. São várias informações que se cruzam e se alternam, além de muitos elementos significativos dentro de uma narrativa que engloba dois universos com personagens repetidos, porém retratados de forma diferente e, devido a isso, levantam diferentes suspeitas e considerações.

Complicado não é? A narrativa japonesa consegue dar conta. Não sei se é devido à linguística, à capacidade criativa ou aos dois, mas tenho certeza de uma coisa: a animação comporta essa complexidade. É tanta coisa que daria um texto enorme (e deve ter dado mesmo, um roteiro gigante), elementos e impressões que seriam trabalhosas de descrever são retratadas de forma sublime na animação. Além disso, dá para se alcançar uma profundidade expressiva e artística que seria difícil de se chegar com uma atuação (live-action, filmes). É por isso que eu gosto de animações, pelo potencial que elas têm.

 

Então assim, se fosse para fazer uma análise digna desse anime eu levaria páginas e mais páginas e talvez enjoasse você aí do outro lado da telinha. Por isso dei uma resumidinha legal, como sempre faço, e deixo a seu critério pegar para assistir ou não. Mas uma coisa eu te garanto, adrenalina não falta nesse anime.

Ah, e por que do nome? Bem, esse é um dos pontos mais lindos do anime. É a solução encontrada pelo protagonista, que prova ser um verdadeiro super-herói.

Erased, mais conhecido no Japão como Boku dake ga Inai Machi tem 12 episódios e foi lançado em janeiro de 2016. Baseado no mangá de Kei Sanbe, o anime é dos Studios A-1 Pictures, o mesmo de Sword Art Online e Fairy Tale, e sua música de abertura é da famosíssima Asian Kung Fu Generation. Além disso, já tem até uma adaptação em live-action na Netflix.

 




Então é isso, amigos de lugar nenhum. Curtiram?
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Saudações rubro-negras.
E vamos combater a pedofilia!



Vulto

Desprezível.

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8 Resultados

  1. Karen disse:

    Que resenha animadora, parecia uma conversa com alguém próximo! Bem explicado e cativante!

  2. Diego disse:

    Ótima resenha amigo, me senti conversando com um amigo muito querido enquanto eu lia

  1. 5 fevereiro, 2023

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