Midnight Gospel é isso tudo aí mesmo? – resenha

Salve, salve, seres humanos de terras próximas do fim.
No dia 20 estreou Midnight Gospel, o novo desenho do Pendleton Ward, o criador de Hora de Aventura. Eu assisti toda a temporada assim que saiu, mas fiquei pensativo sobre o que falar dessa série. Por isso enrolei para fazer essa resenha. Mas vamos lá.

Midnight Gospel – resenha talvez com spoiler

Midnight Gospel

Antes de qualquer coisa é preciso dizer que apesar de ser desenho e de ter um traço parecido (mais ou menos) com Hora de Aventura, o desenho é para maiores. Então não assista com seus filhos.

Midnight Gospel conta a história de Clancy, um carinha que tem um espaço-cast, que é praticamente um podcast, mas transmitido pelo espaço. Ele mora em um trailer num lugar isolado meio esquisitão e usa um simulador de realidades virtuais para entrar em mundos para encontrar entrevistados para seu espaçocast.

Acontece que todos esses mundos estão muito próximos de serem destruídos por alguma coisa (alguns já foram, de acordo com o computador).

Então, em cada um dos 8 episódios ele entra em um universo passando por alguma coisa e entrevista alguém. A grande coisa, que é genial, mas pode ser o grande problema da série, dependendo da chave de análise, é que o tema da entrevista não tem relação direta (indiretas sim, muitas) com o que está acontecendo em tela.

Midnight Gospel

Então durante quase toda a série temos aventuras muito loucas em mundos muito loucos, enquanto o entrevistado fala de outra coisa. Tem muita coisa acontecendo na tela o tempo inteiro e as conversas são, muitas vezes, exotéricas.

Tem um ep sobre drogas psicodélicas, um sobre a morte, um sobre magia e Crawley, sobre empatia e várias paradas.

No mundo “real”, onde o Clancy vive, acontecem algumas coisas em momentos muito pontuais. Essas coisas deixam em dúvida sobre como o sistema real das coisas funciona, mas nada é deixado muito claro e rola um gancho no último episódio.

Alguns pontos importantes:

  • Os mundos das simulações são gerados pelo computador, mas todos são instáveis e acabam se destruindo em um momento ou outro.
  • É possível trazer objetos de dentro desses mundos para fora.
  • Existe uma família especializada em buscar artefatos dentro dos mundos artificiais (Planeta Ficção?)
  • Existem leis a respeito dessas realidades artificiais.
  • Clancy tem uma irmã(?)
  • Isso que estamos vendo, é real ou é mais uma simulação?
  • Clancy tem um fetiche por sapatos?
  • Existe todo um ecossistema de internet espacial, com fãs, ouvintes, doações e pais revoltados.

E é por aí, uma piração existencial em mundos muito criativos.

Midnight Gospel

O que eu achei de Midnight Gospel?

Midnight Gospel é uma série complicada porque tem uma história complicada. Pelo que eu entendi (e não, eu não pesquisei muito), o Pendleton Ward resolveu fazer um podcast depois que Hora de Aventura acabou. E é desse podcast que vêm as ideias das entrevistas para o Midnight Gospel.

A ideia de ter um papo aleatório muito doido enquanto uma aventura pós apocalíptica acontece em paralelo é legal, mas é o tom das conversas que me deu um pouco de preguiça.

O primeiro ep, que fala sobre drogas no meio de um apocalipse zumbi é sensacional! Mas depois, o papo vira um papo existencialista, sobre meditação, magia, exoterismos em geral e, é claro, morte.


O problema, para mim, é que muito das coisas que são ditas eu já conheço e já li muitas ponderações sobre esse tema. O episódio sobre o Crawley, por exemplo, é insuportável de chato, porque é uma verborragia sem fim que não traz grande coisa de novo.

Deve ter um ou outro detalhe interessante e inovador que o pessoal do podcast Magickando vai pegar e achar sensacional, mas para mim é só chato. O problema do exoterismo é que, como nada é testável, você pode falar umas frases muito loucas misturando conceitos e todo mundo achar daora pra caramba.

“Meditar é promover o encontro entre o que você é e tudo o que você não é.” – acabei de inventar

Então, a sensação que eu fiquei é que essa série vai ser de explodir cabeça para quem chegou agora nesses assuntos. Vai ser um prato cheio para os “especialistas” que vão poder fazer vídeos de horas no youtube explicando a referência. Mas, é chato para quem ta na metade do caminho, já conhece algumas coisas, mas não se importa nem um pouco em ser “especialista”.

Concluindo:

Então, em resumo, achei as entrevistas muito verborrágicas e meio massantes em alguns momentos. Caramba! Eu não quero saber sobre meditação. Não ligo para meditação. Foda-se.

Fora das entrevistas, o que acontece em tela, aí sim, é tudo muito maneiro (exceto episódio do Tarô, que é uma bomba de referência gratuita para os iniciados). O episódio da carne é tenso. O último é incrível. O apocalipse zumbi é legal. E o episódio da cavaleira da rosa e o monstro de cu é muito sensacional.

Algumas mensagens são óbvias demais e depois que você pega fica meio repetitivo. Tá bom, eu entendi que é tudo sobre aprender a lidar com a morte. Obrigado.

Sistemas:

Eu sou programador e me interesso demais por sistemas. E confesso que foi isso que me prendeu na série. Eu quero saber como funciona esse mundo onde o Clancy vive.

Como é um mundo onde qualquer um pode ter mundos artificiais e pode trazer artefatos poderosíssimos de lá? Existem leis? Tem tráfico? Esse mundo é real ou é uma simulação dentro de uma simulação? Como são feitas aquelas nuvens coloridas?

Porque os mundos se destroem? É só simbólico? Eles podem fugir como a nave dos peixes? Clancy vai ser preso?

São essas coisas que vão me fazer ver uma segunda temporada. Se começar com uma entrevista sobre mortalidade, mantras, meditação ou coisas do tipo, eu desisto.

Midnight Gospel

Resumindo:

É um bom desenho, muito bem feito e eu entendo quem fala que é de explodir cabeça por tratar de temas complexos. Então eu entendo totalmente quem gostou e acha a coisa mais fantástica do universo das galáxias.

Mas, eu achei meio pedante (“Olha como eu entendo de magia e coloquei a árvore da vida nessa cena. Pegou essa referência a mitologia egípcia aqui? Olha esse deus sumério.”), e meio massante.

Para mim, Midnight Gospel é uma série com mundos e histórias piradas (a história do looping temporal é fantástica) acontecendo na tela, enquanto tem uma entrevista atrapalhando.

Podem me odiar.


Então é isso, uma série que eu não gostei muito, mas recomendo por ser uma experiência é bem diferenciada.
E você, já assistiu a Midnight Gospel? Discorda de tudo que eu falei?
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Um abraço.
E tchau.

Vulto

Desprezível.

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15 Resultados

  1. Pedro Santos disse:

    Eu concordo com o episódio do cabeça de peixe, falando sobre a magia e tal, soa um pouco arrogante e tem depois tudo aquilo sobre meditar e tals, que realmente é um saco até porque já li alguma coisa e outro sobre, mas é bem interessante a ideia do desenho que eu ainda não entendi kkk

  2. Vitor Cordeiro disse:

    Que bom que eu não sou o único que achou a série um saco, só achava críticas falando bem, que era de explodir a cabeça e blá blá bla. Essa de entrevista falando de coisas aleatórias enquanto o mundo se acaba dava enredo para 1 ou 2 episódios no máximo. Tem umas sacadas legais, tem. Fora isso é só chatisse.

  3. Kerl disse:

    Não é uma série para qualquer tipo de público.
    A pessoa tem que estar disposto a pensar.

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