Watchmen, a série – resenha com pouco spoiler
Salve, salve, seres humanos da terra e superdeuses de Europa.
Em Outubro, estreou na HBO a nova série de Watchmen, aquela série de quadrinhos fodona do Alan Moore, que teve um filme de qualidade duvidosa dirigido pelo Zack Snyder. Eu não podia deixar de assistir, então vamos falar dessa série.
Watchmen, a série
Background:
Eu não vou explicar o que acontece na HQ, até porque é muita coisa e um dia eu devo resenhá-la toda. Se você não leu, você vai ter dificuldade de entender a série, mas acho que dá. Mas, na dúvida, leia Watchmen, porque é uma baita hq legal.
Se você assistiu ao filme e foi direto para a série, tenha em mente que o final da hq é diferente. Na HQ, não são bombas com energia do Doutor Manhattan que explodem Nova York. O que acontece é que o Ozymandias teletransporta uma lula gigante alterada para parecer alienígena. Além disso, ele coloca uma bomba no cérebro do monstro que dispara uma onda psíquica deixando uma galera louca.
Então o mundo fica com medo de uma invasão alienígena. Isso é muito importante saber, porque na série as pessoas cultuam o Manhattan, o que não faz sentido com o fim do filme.
A série:
A série se passa em Tulsa, nos dias atuais, ou seja, 34 anos depois. Tulsa é uma cidade de Oklaroma, um estado do Sul dos Estados Unidos, onde o racismo é mais brabo do que no resto dos Estados Unidos (onde já é complicado).
A primeira cena da série se refere aos “Distúrbios Raciais” que aconteceram em Tulsa em 1921, onde várias pessoas brancas começaram a matar pessoas negras (saiba mais clicando aqui). Essa história vai ser importante na série, por que um garoto sobrevivente dessa época é um idoso agora na série.
Agora:
Tulsa tem um esquema muito interessante (e muito preocupante) que havia me intrigado desde o trailer. Os policiais usam máscaras. Houve uma coisa chamada Noite Branca, quando vários terroristas de um grupo chamado 7º Cavalaria, atacou e matou vários policiais e seus familiares em suas casas. Desde então os policiais trabalham como vigilantes mascarados e de forma secreta.
Essa tal de 7º Cavalaria, são uns malucos racistas do caralho, que usam máscaras de Rorschach. A ação na série começa quando essa galera volta a aparecer e deixa a polícia em xeque.
Logo de cara somos apresentados à Angela Abar, a Sister Night, e alguns outros policiais mascarados. No primeiro episódio o chefe de polícia é morto e logo se descobre que ele era um ex-kkk. Além disso surge um velho misterioso (sim, é o guri que sobreviveu em 1921) que fica conspirando e tentando guiar a Angela por uma trama maior.
Além dessa treta entre policiais e 7º cavalaria, temos cenas do Ozymandias vivendo em um lugar isolado, onde ele tem servos, mas parece ser um prisioneiro. Temos a Espectral 2, que agora é agente do FBI, investigando a parada toda. Temos uma nova personagem misteriosa chamada Lady Trieau, uma mulher vietnamita super-rica e super-inteligente que está planejando algo com um relógio gigante. Sim, as referências a relógio estão por toda parte.
Então assim segue a série, os racistas matam policiais, os policiais se vingam e tentam reagir, mas o que importa mesmo é que existe alguma conspiração que você não sabe muito bem aonde vai dar, além da estranha relação entre a Angela e o velho misterioso. A série tem 9 episódios.
O que eu achei da série de Watchmen?
A série é muito interessante e me prendeu do início ao fim. A cada episódio um novo conceito é inserido, sendo bem encaixado com o passado (da hq). Além disso, sempre tem um mistério e um pouco de sensação de “ué? E agora.”.
Mas, ao contrário de Lost, os mistérios são todos (ou quase todos) resolvidos no final, com um final de temporada bem explosivo e até “explicado demais”. Isso se dá por conta do Dr. Manhattan, que explica tudo enquanto entende o tempo do jeito doido dele, por conta da droga nostalgia (mesmo nome de um perfume feito pelo Ozymandias) e de alguns personagens que gostam de se gabar contando seus planos. Fica bem explicadinho mesmo.
Do ponto de vista político, tem umas paradas que me incomodam muito, mas isso não é um problema da série, mas sim dos próprios personagens, que são ambíguos (e errados muitas vezes). Por mais que os policiais sejam os principais (a Angela é, os outros mais ou menos), fica claro que eles cometem alguns excessos por poderem usar máscaras. Isso é um tema que pode passar batido, mas pode gerar discussões interessantes para quem quiser analisar com mais calma.
Resolvendo coisas:
A série resolve algumas coisas que tinham sido deixadas em aberto no quadrinho, como a identidade do Justiça Encapuzada, que era o primeiro vigilante mascarado, e era gay (tinha sido insinuado na hq, mas nunca confirmado). E, principalmente, como o mundo seguiu seu caminho depois da catástrofe em Nova York e do medo da invasão alienígena.
Mas, o principal mesmo é que a série aborda o racismo do jeito que tem que ser tratado. Racismo é errado e pronto. Os racistas fundamentalistas que acham que os negros são inferiores, são um bando de escrotos. Eles são os vilões, sem mais. E no último episódio tem um cena onde toda essa galera se ferra muito. FOGO NOS RACISTA!
Então, em resumo, Watchmen é uma baita série, com críticas sociais fodas, polêmicas bestas (“ain, nada a ver relacionar o Rorschach aos racistas”) e um final que não é uma merda. (Game of Thrones e Lost, estou olhando para vocês). Então pode assistir que vale a pena. Eu recomendo.
Eu só queria saber mais sobre a Pirate Jenny, que tem uma roupa muito estilosa.
Então é isso, uma série que eu achei que seria uma bomba, mas me surpreendeu positivamente. Mas reafirmo, LEIA A HQ!
E você, assistiu Watchmen? Ficou com vontade?
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Um abraço.
E tchau.
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[…] Veja também a minha resenha da série de Watchmen da HBO. […]