Angela Davis – Mulheres, Raça e Classe – indicação
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de livro e não é bem uma resenha porque vou falar de um livro teórico. É mais uma indicação mesmo. Então vamos nessa com Mulheres, Raça e Classe, da Angela Davis.
Mulheres, Raça e Classe – Angela Davis:
Mulheres, Raça e Classe (Women, Race and Class) é um livro de Angela Davis de 1981 e ainda é um clássico muito atual, porque trás discussões que nós, infelizmente, não conseguimos superar.
O livro vai falar basicamente sobre interseccionalidade e sobre as contradições entre movimentos diversos em diversos movimentos históricos. Em especial as contradições internas aos movimentos de mulheres no que diz respeito ao voto e aos direitos das pessoas negras.
O livro começa falando sobre divisão do trabalho entre os negros escravizados de forma que podemos entender que as mulheres negras sempre tiveram papéis importantes no núcleo familiar. Então ela começa a relacionar o movimento de mulheres brancas que apoiaram a luta pela emancipação. Acaba a escravidão, mas as mulheres continuam em situação muito subalterna, inclusive com trabalhos degradantes nas casas das mulheres brancas.
Então o livro entra mais na cultura do trabalho e nas disputas pelo sufrágio. Para muitas mulheres, lutar pelo voto das mulheres é mais importante do que lutar pelo voto das pessoas negras e acabam usando argumentos muito racistas nesse processo. Ao mesmo tempo homens negros usam argumentos machistas para justificar o contrário.
Muitas discussões se seguem (não vou ficar descrevendo capítulo a capítulo), então chegamos no capítulo mais desgraçado das ideias que é sobre O Mito do Negro Estuprador.
O Mito do Estuprador Negro:
Nesse capítulo, Angela Davis fala sobre uma lei não escrita sobre linchamentos. Essa lei não escrita foi usada muitas vezes para justificar linchamentos de pessoas negras. Homens, mulheres e crianças. São relatos bizarros de pessoas sendo massacradas em praça pública enquanto cidadãos de bem (crianças inclusive) assistem e se divertem
Muito dessa barbárie é justificada por esse mito de que os homens negros têm uma tendência ao estupro, baseado unicamente em racismo bizarro. Enquanto isso, vários homens brancos violentavam mulheres negras sem nenhuma consequência.
É um capítulo sinistro.
Depois ainda tem uma capítulo sobre controle de natalidade. Enquanto as mulheres lutavam por direitos reprodutivos e direito a contracepção, as mulheres negras tinham que lutar para não serem alvos de eugenia, esterelizações forçadas.
Tem um capítulo só sobre mulheres comunistas eu apenas sobre trabalho doméstico não remunerado.
Concluindo:
É um livro fantástico, muito importante e muito bom para estudar a história da racistolândia dos Estados Unidos, passando por fatos bizarros.
Recomendo demais. Leia assim que puder. E é um livro que dá para achar em PDF facinho. Recomendo.
Então é isso. Livro fantástico. Adorei.
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Um abraço.
E tchau.