O Pequeno Príncipe – resenha com spoilers
Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de literatura e estou aqui para falar de um livro que chegou às minhas mãos várias e várias vezes. Então vamos lá que eu quero comentar sobre O Pequeno Príncipe.
O Pequeno Príncipe é um clássico daqueles que, mesmo quem não leu, sabe, mesmo que mais ou menos, do que se trata. O livro já tinha parado em minhas mãos várias vezes, mas eu nunca tinha o lido até o final. Como o clássico que é, já teve várias adaptações em cinema e em desenhos animados. Mas finalmente li o original.
O Pequeno Príncipe foi publicado originalmente em 1943 pelo Antoine de Saint Exupéry, um aristocrata e aviador francês. O narrador do conto é um aviador que caiu de avião no deserto, e o Antoine também tem um livro sobre suas viagens de avião pelo Sahara. Então me parece óbvio que o protagonista é baseado nele mesmo.
Mas vamos à história.
O Pequeno Príncipe – resenha com spoilers :
O livro conta a história desse aviador que cai no deserto com seu avião quebrado. Ele só tem água para 8 dias e precisa consertar seu avião. Então ele conhece o Principezinho. Um garotinho que aparece do nada pedindo para que ele lhe desenhe um carneiro. Isso tem ligação com uma história que ele conta antes, como um setup, de seu desenho de uma cobra que engoliu um elefante.
A história é que o protagonista, quando criança, desenhava uma cobra que engoliu um elefante, mas que todo mundo achava que era um chapéu. Agora ele conhece o Pequeno Príncipe, que entende a importância dos desenhos (e sabe identificar uma cobra que engoliu um elefante). Ele pede o desenho de um carneiro, pois quer levar para casa.
Aos poucos o aviador vai convivendo com o Pequeno Príncipe, que não responde perguntas, mas aos poucos vai revelando mais de sua vida.
Ele mora em um pequeno asteroide, o B612, onde ele tem uma flor, 3 vulcões e precisa ficar se livrando de Baobás, que podem crescer demais.
Aos poucos a interação entre os dois esfria, e a narrativa começa a focar de fato no Pequeno Príncipe e em como ele chegou até ali. Não é descrito como ele viaja, mas vemos que ele passou por pequenos planetinhas antes de vir para a terra. Tem uns diálogos muito bons, porque os habitantes desses planetas são adultos bobos.
Esse tema é recorrente durante todo o livro. Os adultos são bobos e não sabem dar valor às pequenas coisas. As pessoas grandes, como são chamadas, são viciadas em seus próprios status, suas obrigações, seus números e esquecem do que realmente importa.
Então o Principezinho chega à terra e conhece uma raposa. A raposa ensina para ele o que é cativar alguém e diz a clássica frase, que todo mundo já ouviu.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”
De volta ao aviador:
Depois de explorar um pouco, ele encontra o aviador e eles ficam amigos. A água está acabando e eles procuram um poço. Então enquanto isso o principezinho vai passando os ensinamentos para o aviador enquanto ficam amigos.
E depois vem o ato final, quando a história começa a ficar mais triste, porque o Pequeno Príncipe vai ter que partir. O drama é que ele não pode levar esse corpo com ele, então para partir ele precisa morrer. Na verdade o corpo dele precisa morrer, então ele conversa com uma cobra venenosa para picá-lo na hora certa, a hora em que a estrela dele estará no céu.
O drama é que ele não quer que o aviador esteja com ele, porque ele não vai entender o processo. Mas daí vem todo o aprendizado da parada, que mesmo quando você gosta de alguém, mesmo que a despedida seja triste, as memórias boas ficam.
E então ele se vai, com seu carneiro desenhado ele volta para seu planeta e para sua flor. Enquanto isso, o aviador conserta seu avião e perde seu pequeno amigo, mas ganha as memórias, além de novos significados e significantes que só uma amizade deixam.
E fim.
O que eu achei de O Pequeno Príncipe?
O livro é curtinho e bem gostoso de ler porque o ritmo é bom. As mensagens edificantes são bem boas também e o absurdo dos habitantes dos outros asteroides são muito legais. A raposa é bem maneira também.
Agora, os personagens principais e a flor eu não gostei tanto. Achei todo mundo meio mal educado. O Pequeno Príncipe já chega pedindo coisa, ninguém se apresenta, ninguém responde pergunta, todo mundo fica com uns papos pela metade.
O protagonista trata como uma característica interessante e charmosa que o Pequeno Príncipe ignora as perguntas e nunca desiste de uma pergunta. Para mim isso é só falta de educação mesmo.
O narrador me parece meio pedante, porque ele insiste em dizer que as pessoas grandes, exceto ele mesmo, são trouxas. Mas ele não, ele sabe as verdades do mundo.
“Mas, com certeza, para nós, que compreendemos o significado da vida, os números não têm tanta importância! …”
Eu gosto de quem questiona o mundo e tudo o que pensamos sobre uma suposta normalidade. É legal mesmo. Mas é preciso que venha com autocrítica. Esse papo de “todo mundo está errado, exceto eu mesmo, o iluminado” sempre me parece uma bobagem ensimesmada.
A rosa do pequeno príncipe é meio vacilona também.
Então concluindo: É uma boa história e um bom livro, mas eu não fiquei encantado e apaixonado pelo tal do Pequeno Príncipe não.
Uma curiosidade é que não tem nada dele viajando pegando carona nos cometas. Isso deve ter sido acrescentado depois pelas animações. Eu jurava que estava na história, mas não está.
Recomendo. Compre pela Amazon.
Então é isso. Livro clássico e fácil. Então é leitura obrigatória. Recomendo.
Mas e você, já leu?
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Um abraço.
E tchau.
Há algumas semanas, num jantar com amigos, alguém citou o Pequeno Príncipe, falando sobre livros infantis, e eu disse: “A morte dele é bem triste”
Todo mundo olhou com espanto pra mim, e eu perguntei “Vocês nunca leram? Não sabiam que ele morre?”
Não, ninguém tinha lido (e nem visto os filmes, pelo jeito), e ninguém sabia que ele morria.
Aprendi muitas coisas com esse livro. Gosto demais.