Homem Animal #25 – Macacos à Obra (parte 13)
Salve, salve, seres humanos e macacos da terra.
Estamos na reta final! Esse é o décimo terceiro (e também penúltimo) post da minha série de resenhas da fase do Grant Morrison à frente da revista mensal do Homem Animal. Essa fase é muito importante (além de ser muito boa) e por isso eu achei que era muito importante falar dela em detalhes (eu explico isso na parte 1, lá em outubro). Então vamos lá com a edição #25, Macacos à Obra.
Relembrando: A esposa e filhos do Homem Animal foram mortos, ele se vingou, voltou no tempo, mas nada o fez se entir melhor. Então ele volta para encarar o Pirata Psiquico e a maluquice no Arkham. Depois disso ele é transportado de volta para a casa e sai para a sua aventura final que começa agora.
Macacos à Obra – Homem Animal #25:
A história com uma página que mostra um Macaco em uma colina, escrevendo um roteiro de Shakespeare em uma máquina de escrever.
Em seguida temos o Homem Animal, confuso (como sempre), se vê em uma espécie de cemitério cheio de neblina e com um monte de estátuas. Ele começa a andar por ali, sai do cemitério e encontra um personagem chamado O Espirituoso (Merryman no original).
Merryman explica para ele que está no Limbo dos Quadrinhos, o lugar para onde os personagens esquecidos e abandonados vão parar. O Merryman sabe que é apenas um personagem de quadrinho e é um dos poucos personagens que entende a cosmologia do Limbo, já que ele é um desenhista de quadrinhos em sua identidade secreta. Ele fica surpreso porque o Homem Animal “voltou tão cedo”, explica isso tudo e apresenta o Homem Animal para seu grupo de amigos o Quinteto Inferior.
O Quinteto Inferior foi um grupo de heróis incompetentes que apareceu na Showcase #62 (1966), chegou a ter uma revista própria entre 67 e 72, mas que ninguém se lembra. É esse tipo de gente que vive no limbo.
O Macaco:
Depois temos uma página onde o Macaco escreve o roteiro de “Homem Animal #25 – Macacos à Obra”, isso mesmo, essa revista que você está lendo. Então o Macaco passa mal e desmaia.
Então o Homem Animal e o Quinteto Inferior descem uma escadaria enquanto conversam. Basicamente eles conversam sobre o que é o Limbo, sobre alguns personagens querendo ser “escritos para fora”.
“Quem escreve as histórias? Quem matou minha família?”
Lá embaixo (e no caminho também) rola um show de referências a personagens antigos dos quais quase ninguém se lembra. Aparece o Coringamóvel (anos 60~70); Ultra o Multi-Alien; Os cachorros super heroicos da Patrulha Canina; o Green Team; O Fantasma Gay; Max Mercúrio; dentre outros.
Eles buscam o Macaco, que está vivo, mas está morrendo. O pessoal fica confuso, porque nada deveria acontecer no Limbo (já que o Limbo é um local de não-histórias). Merryman acredita que o Homem Animal não pertence ao Limbo, mas está só de passagem.
O Homem Animal pega o Macaco e decide levá-lo para a Cidade da Formação.
A Jornada do Homem Animal e o Macaco:
Então o Homem Animal caminha para caramba e passa por planícies de cartolina e tinta, uma região de frio e depois por um deserto. Na descrição da a entender que ele andou por vários dias. Durante o caminho ele encontra com o Jason Grant, o Abelha Vermelha, o Senhor Frio e o Senhor da Noite. O Abelha Vermelha fica com a jaqueta do Homem Animal, enquanto o Senhor Frio troca uma informação por uma foto da família Baker.
Todo mundo conhece o Senhor Frio hoje, mas ele estava meio esquecido na época. Ele só volta a ser relevante em 97, quando o Arnold Schwazenegger interpreta ele. O mesmo vale para o Senhor da Noite, que ficou esquecido até reaparecer em Dia de Vingança em 2005. Dos personagens que eu descrevi antes, o Max Mercúrio volta em 93 para treinar o Impulso. E o Ultra sempre aparece por aí, mas com destaque para a aparição dele na Ultra Comics em Multiversity.
Depois de andar para caramba o Homem Animal chega à casa que ele saiu no começo da história. O gato e o cachorro que deixou para trás já são apenas esqueletos. O Macaco também está morto
A casa:
O Homem Animal fica triste-melancólico, então decide ler o roteiro final do Macaco. Ele quebra os dedos do Macaco e pega o roteiro da sua própria história. Ele começa a ler e percebe que sua via é descrita por aquele roteiro. Então ele faz o que o roteiro “manda/descreve”.
Ele encontra uma gaveta em uma tesoura, recorta uma chave feita de papel e abre uma porta. Então o Homem Animal segue por um jardim e vai até uma porta de uma pessoa. A pessoa diz que o estava esperando. Essa pessoa é Grant Morrison, o autor de toda essa série.
Fim da edição.
O que eu achei de Homem Animal 25 – Macacos à Obra?
A próxima edição será a conclusão de toda essa maluquice que foi todo esse arco, concluindo a saga de Buddy Baker para encontrar seu roteirista, o Grant Morrison.
Por mais que a próxima edição seja a conclusão, essa edição 25 é o auge da metalinguagem e do estudo dos quadrinhos da DC. O Limbo dos Quadrinhos é uma ideia maravilhosa e encerra, de forma magistral, o conceito por trás de toda essa saga. Se agora os personagens sabem (alguns deles) que são personagens de quadrinhos, e voltam e mudam com os reboots (que ele faz dentro da história), para onde os personagens apagados vão? Para o Limbo dos quadrinhos.
Então, depois da Crise nas Infinitas Terras, enquanto o Byrne recria Krypton, o Frank Miller reconta o Ano 1 do Batman, o George Perez recria a Mulher Maravilha e o Neil Gaiman remodela o mundo mágico da DC com Sandman; o Grant Morrison assume a tarefa de redefinir a macroestrutura da metalinguagem que a DC vai adotar por muito tempo.
A ideia de que alguns personagens sabem que são personagens de quadrinhos, os Aliens Amarelos, o Limbo dos Quadrinhos continuam valendo e sendo base para qualquer história que envolva metalinguagem durante muito tempo. E essas coisas funcionam tão bem, que o Morrison recebe a incumbência de estruturar o Mapa Multiverso, quando o multiverso volta a existir depois de Crise Infinita.
O Macaco que escreve as histórias, toda a narrativa triste dos personagens esquecidos e toda a tragédia que perpassa a histórias são muito interessantes. Mas, o ponto alto, que explodiu minha cabeça é o momento que ele lê a própria história e recorta uma chave de papel.
Concluindo:
Essa edição 25 é um desbunde narrativo e uma obra prima.
Agora só falta a última edição, com o embate final entre personagem e roteirista. Estamos chegando ao fim de tudo.
Curiosidade:
O Quinteto Inferior ganhou uma versão “séria” chamada Quinteto Superior, um grupo de vilões que aparece em uma única página em Vilões Unidos #4.
Toda a fase do Morrison saiu em 3 encadernados pela Panini. Essa edição está do terceiro encadernado que você pode comprar pela Amazon clicando aqui.
Então é isso, esse foi o penúltimo post dessa série das histórias do Homem Animal. Você já percebeu que eu amo essa fase, certo?
E você, já tinha lido?
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Um abraço.
E tchau.