O Berço, Hellblazer #141 – resenha

Salve, salve, seres humanos e anticristos da terra.
Hoje é dia de falar de gibi! Mas em meio a muitas séries longas como a do Homem Animal (encerrada, amém) e a do Planetary (em andamento), resolvi falar de uma história solta. Então vamos lá com O Berço, do nosso queridão John Constantine.

O Berço – Hellblazer #141 – resenha com spoilers

Hellblazer é revista solo do John Constantine (que você deve conhecer). O Personagem foi criado pelo Alan Moore na revista do Monstro do Pântano, mas começou a ser escrito pelo Jamie Delano na revista própria. Essa revista é com o Warren Ellis escrevendo e com arte do Tim Bradstreet.

O Berço:

A história começa no ano 1 antes de Cristo, em Belém. Uma sociedade secreta espera o nascimento do anticristo, mas a escolhida morre e o bebê é abortado. Mesmo não-nascido, o feto abortado do anticristo se recusa a morrer antes de urinar na vida. Então colocam o feto em uma caixa, O Berço, de onde os restos imortais do anticristo vivem.

Agora:

Agora (a história se passa em 1999), uma série de assassinatos estranhos ligados a ocultismo começam a acontecer.

Esses crimes se ligam por conta de um escritor e por conta do Berço. De acordo com ele, todas essas mortes estão ligadas ao Berço. Alguém está procurando por ele. Alguém terrível. Então alguém bate na porta.

O cara atende a porta, não tem ninguém, as luzes se apagam e quando ascendem Constantine está lá. Eles começam a travar uma conversa, o cara tenta disfarçar pá, mas o mago inglês manja das paradas e sabe sobre O Berço.

Então o cara arranca a camisa e mostra uma caixa presa a seu peito. Ele conta que o Berço estava com um criminoso, mas que pulou do cara para ele. “O filho abortado do diabo mijou nas minhas veias!”.

Enquanto o cara ameaça usar seus poderes do mal, Constantine começa a dar uma olhada na casa do cara. Ele olha a geladeira e vê a cabeça de uma pessoa e outras partes de outra. A mesma coisa na dispensa. Então acontece isso aqui:

E aí vem a virada da história: Nunca teve Berço! O cara estava, esse tempo todo, com uma caixa de cereal com um rato morto preso no peito com uma fita crepe. Basicamente o cara enlouqueceu enquanto seguia a lenda do Berço e um assassino em série e depois começou a matar os vizinhos.

Então o Constantine limpa as digitais e sai de cena. E essa é a mensagem. Se você acreditar que magia existe ela pode existir. Se você acredita que existe um Berço e que ele te torna o cara mais assustador da cidade, talvez você seja o cara mais assustador da cidade. Até que apareça alguém que sabe que o mito é só um mito.

Fim da edição.

O que eu acho de O Berço?

Eu acho essa história maravilhosa. Essa coisa do Berço, da sociedade secreta desde os tempos de Jesus, tudo isso poderia ser usado em um arco enorme do Constantine. Mas daí vem o Ellis e gasta um monte de conceitos para fazer uma metanarrativa sobre o que é, o que pode ser, mas também pode não ser a magia.

O cara acredita que tem uma relíquia muito antiga, o feto do anticristo, em seu peito. Ele acredita que isso o dá poderes mentais de torturar e assassinar pessoas apenas com a mente. Mas, mesmo assim, um cara que sabe o que está fazendo e intimida ele.

Esse é o tipo de história que eu gosto do Constantine: conceitos bizarros, muito papo, muita esperteza e pouca (nenhuma as vezes) ação. Tem toda uma sutileza muito sagaz nessa história. Gosto muito. Recomendo muito.

Eu sei que essa história saiu na edição 1 da revista Pixel Magazine, mas também saiu no volume 2 dos encadernados Hellblazer: Assombrado (pela Panini).

O Assombrado só tem 2 encadernados e muitas histórias são soltas. Então é bom para começar. Eu falei o que acontece na história, mas vale muito a pena ler pelos diálogos. E a arte também é legal.

Eu não coloquei no post, mas o “feto do anticristo” aparece em alguns momentos.

Então é isso, uma história excelente. Finalmente parei para falar dela.
E você, o que acha? Já tinha experiência com Hellblazer?
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Um abraço.
E tchau.