Onde no meu coração está Carmen Sandiego? – resenha sem spoiler

Salve, salve, meninos e meninas.
Recentemente eu anunciei a abertura do site para novos redatores e muitos amigos apareceram a fim de escrever suas opiniões sobre todo o tipo de coisa. Esse é o primeiro texto de um dos colaborares, o Vinicius Schiavini, lá da Kombo. Ele assistiu a nova série da Carmen Sandiego pela Netflix em tempo recorde e veio falar um pouco sobre essa nova série e sobre o histórico da personagem.

Daqui para a frente o texto é dele. Espero que gostem.

Onde no meu coração está Carmen Sandiego? – resenha por Vinicius Schiavini

 

Carmen Sandiego

 

Quando eu era menino, entrei em contato com os primeiros jogos feitos para computadores, como o Prince of Persia, desafiador em seus labirintos, por exemplo. Mas quem conquistou meu coração foi uma vilã. Em 1985, Where in the World is Carmen Sandiego? era um jogo onde, através de texto, deveria-se descobrir onde Carmen estaria e o que iria roubar, para poder prendê-la e a seus associados. Com isso, o jogo tornou-se um clássico, dando noções de geografia, história e até política. No jogo, Carmen comanda a V.I.L.E. – Villains’ International League of Evil (Liga Internacional de Vilões do Mal), e você é um detetive da A.C.M.E. (A Company that Makes Everything – Uma Companhia que Faz Tudo), a organização que caça Carmen.

 

 

A figura de Carmen, com seus longos cabelos castanhos, além de seu casaco e fedora vermelhos, marcou como uma figura única. Afinal, quando pensamos em ladrões, pensamos em pessoas que NÃO gostam de aparecer.

Com o sucesso do jogo, buscou-se sempre explorar a franquia. Com jogos buscando trabalhar até mesmo matemática e línguas, Carmen nunca deixou de ter um jogo novo. Além disso, John Peel escreveu dez livros e Melissa Peterson escreveu outros seis. Se falarmos de jogos de tabuleiro, foram seis. E, pra completar, existe o Carmen Sandiego Day, em que a produtora estimula escolas a desenvolver atividades com seus alunos usando tecnologia.

Quando vamos para produções audiovisuais, tenho de ressaltar Where On Earth Is Carmen Sandiego?, animação de 1994 da Fox que durou 4 temporadas e teve episódios exibidos no Brasil nos programas matutinos da Globo, chamada aqui apenas de Carmen Sandiego (quem disse que só criamos títulos ruins? Esse facilitou!). No desenho, temos a ACME perseguindo Carmen (com voz de Rita Moreno). No meio do episódio, no corte para o intervalo, uma curiosidade era colocada.

Sobre filmes, um projeto com Sandra Bullock e outro com Jennifer Lopez não foram adiante.

 

 

Então, a Netflix anunciou uma nova série animada de Carmen Sandiego, seguida por um filme live action. Os dois tem Gina Rodriguez (Jane the Virgin) como Carmen, e Finn Wolfhard (Stranger Things) como Player. Rita Moreno, a Carmen da década de 1990, faz uma participação especial.

Com a animação no ar, cabe agora uma análise.

 

 

Análise:

O estilo de animação tem dois pontos: planos de fundo e coisas que requerem movimento rápido são como pinturas. Porém, os personagens são colocados como figuras bidimensionais. Uma coisa que achei interessante é que buscaram não colocar nenhum idioma. Então, tudo que deveria ser escrito está em barras e quadrados.

Mais interessante, porém, é que a temporada é toda contínua em seus nove episódios, com os dois primeiros sendo distintos por mostrarem a origem de Carmen. Até então, em todas as obras, era colocado que Carmen já trabalhara para a ACME, mudando de lado e liderando a VILE. Aqui, porém, vemos muito mais.

Carmen foi abandonada em Buenos Aires, e resgatada para ser criada pelos líderes da VILE. Lá, tornou-se uma grande ladra, mas aprendeu que a VILE é maligna, preferindo roubá-los e buscar a verdade sobre sua origem. Ela conta com Player, um hacker adolescente (para sempre adolescente, já que vemos Carmen crescendo enquanto ele não), além de dois irmãos que auxiliam em campo, Ivy e Zack. Claro que, contra ela, temos tanto a ACME quanto a VILE.

 

 

O segundo ponto desta animação é que temos tudo sob a perspectiva de Carmen, tornando-a a protagonista, e não a vilã. Acompanhamos sua linha de raciocínio em cada episódio, onde cobre um caso diferente. Para vinte e poucos minutos de arte, muito acontece, e tudo torna-se mais fascinante porque o jogo vira sobre o que sempre entendemos desta figura única da História dos games. Não só gostamos de Carmen, mas torcemos por ela e seus associados agora. Aliás, Ivy e Zack não são marmanjos barbudos e tatuados, como no game original, mas jovens ruivos colocados para atrair a atenção dos adolescentes.

O que não mudou: cada episódio começa com curiosidades sobre os países e obras culturais, como Indonésia ou a ópera Carmen (pois é). Além disso, o final sempre dá a pista do próximo do que Player chama “tour sem parar”, o que te instiga a continuar.

Para quem já é fã de Carmen, um deleite entende-la melhor. Para quem não conhece, uma aventura educacional como poucas!

 

 

Nota do Editor:

Então essa foi a resenha do Schias sobre essa nova animação da ladra mais amada da história dos games. A primeira resenha dessa nova fase do site. Você também pode fazer parte da equipe (clique aqui).

Eu fiquei com vontade de assistir. E você?
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Um abraço.
E tchau.



Vulto

Desprezível.

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