TATAMI GALAXY, anime universitário psicodélico – resenha

Salve, salve, seres humanos e universitários da terra.
Durante todo o mês de março eu fui extremamente displicente e irresponsável com a equipe do site e deixei os textos dos meninos acumularem de forma inaceitável. Agora é hora de voltar à plena atividade e posso prometer que vai ter muito post em Abril. Aguardem. Hoje tem a resenha de Tatami Galaxy pelas mãos do Nicolas Nunes, nosso cara dos animes.

Daqui em diante o texto é dele:

TATAMI GALAXY, resenha por Nicolas Nunes:

Bom dia pra quem é do bom dia e boa noite pra quem é do boa noite.
Falar sobre animes é bom, mas falar sobre animes autênticos é melhor ainda.
E é por isso que hoje lhes trago ele, TATAMI GALAXY.

Tatami Galaxy

 

Yojouhan Shinwa Taikei ou Tatami Galaxy é uma crônica sobre a vida e as desventuras de um universitário. Composto por 11 episódios, o anime mostra a relação do protagonista com outros 6 personagens à sua volta, enquanto se esforça para alcançar o que chama de “a vida cor-de-rosa universitária”. Apesar da sinopse ser simples e clichê não se engane, Yojouhan Shinwa Taikei já foi eleito o melhor anime de 2010, ano em que foi ao ar no Japão.

Tatami Galaxy é um anime que foge MUITO à regra. Primeiro pelos traços da animação, o que é aquilo bicho? kkkkkkkkk Já me disseram até que lembra animações francesas. É um traço mais fluido, com mais curvas do que a maioria dos animes, coisa que ajudou em várias piadas do anime. Segundo pela história que é INTEIRAMENTE narrada pelo protagonista. O anime todo é o Watashi (o protagonista) contando sobre sua vida universitária, junto de seus devaneios, deliberações e paranóias (que são muitas). E terceiro pelo roteiro que, como dizem o norte-americanos: Will blow your mind.

( Aí estão 5 dos personagens reunidos, com exceção da linda Kaori, ah Kaori…)

O roteiro é muito doido, muito concatenado. De acordo com o Dicionário Aurélio:

1 – Concatenar

Encadear, ligar (ideias, argumentos).
Então ele é muito bem concatenado, cada história se liga com a outra porque cada uma apresenta todos os elementos da anterior ainda que transcorra num universo paralelo da sua antecessora. Bugou a mente? É mais fácil de entender assistindo do que explicando.

Cada episódio conta a mesma história: o protagonista entra na universidade, ingressa num clube, se arrepende, vive desventuras e, no final, deseja que pudesse voltar no tempo para reconstruir seu sonho de vida universitária cor-de-rosa, fazendo com que o relógio gire ao contrário (isso aparece em todo final de episódio do anime) e o protagonista volta, no episódio seguinte, ao início do episódio anterior. Apenas para viver as mesmas frustrações só que com escolhas diferentes, compondo assim um ciclo.

A ideia é mostrar a insatisfação e o arrependimento latentes do protagonista devido à sua busca por uma vida ideal e ao seu ego inflado. O nome do cara já é uma ironia: Watashi (Eu em japonês). No decorrer da obra inteira ele é insatisfeito com sua vida e julga ser um “perfeito cavalheiro” (namoral, o cara é uma comédia kkkk) evidenciando uma conduta moralista e um pensamento extremamente idealista. A narrativa mostra coisas comuns a todo mundo: a rotina, os amigos, os mentores, os romances, a busca pelos sonhos, a repressão da sociedade, a insatisfação com a vida, e por aí vai.

No últimos episódios, Watashi tem a oportunidade de viver o que ele sempre sonhou, um mundo ideal sem contato humano. E é aí que ele percebe o quanto tudo aquilo que ele julgava insuficiente e irritante era o que dava sentido e ânimo à sua vida.

 

 

O final é espetacular, tanto no desfecho do roteiro quanto na parte visual em si, digno de uma verdadeira obra de arte, e olha que eu ouvi isso de uma artista.

O anime pode parecer bobo e banal, eu sei, mas é exatamente isso o que ele quer de ti, que o subestime. A execução extrapola qualquer resenha, é um daqueles animes que tu não consegue nem com muito esforço passar o feeling explicando, você tem que pegar pra ver. Não é à toa que ele ganhou o prêmio de melhor animação no Japan Media Arts Festival em 2010, o primeiro programa de televisão a conquistar tal prêmio.

Com traços de animação malucos, cenas bizarras de engraçadas, um roteiro que é um loop ululante e um desfecho quase cinematográfico, Yojouhan Shinwa Taikei é uma verdadeira obra-prima. Não tenho críticas.

Eu amo esse anime. Já assisti e reassisti diversas vezes e ainda não perdeu a graça. Dá até um fôlego assisti-lo porque a animação é muito fora do convencional, o que faz até parecer que não é japonês. Nos dois últimos episódios você fica tipo “que p**** é essa” de tão bizarro que é, um misto de quebra de expectativa com a quebra da linearidade da narrativa. Acho que até faria um artigo sobre esse anime de tão inovador que é, mas como isso é uma resenha eu paro por aqui.

Se liga no trailer:

Tatami Galaxy foi ao ar entre abril e julho de 2010 no Japão, na TV Fuji. Produzido pela Madhouse Studios e distribuído pela Funimation, o anime é uma adaptação do livro com nome homônimo de Tomihiko Morimi.

Dirigido por Masaaki Yuasa (Devilman CryBaby), um longa-metragem que se passa no mesmo universo do anime foi ao ar em 2017, também transmitido pela TV Fuji: Night Is Short, Walk on Girl (Yoru wa Mijikashi Arukeyo Otome).

Uma curiosidade bacana de saber é que o character design de Tatami Galaxy é o mesmo que desenhou várias capas de CD’s da banda Asian Kung Fu Generation (a que fez Haruka Kanata, aquela abertura hardcore do naruto clássico), seu nome: Yusuke Nakamura.

 

 

Então é isso, amigos de lugar nenhum. Curtiram?
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Saudações rubro-negras.
E cuidado com a vida cor-de-rosa universitária.

Vulto

Desprezível.

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