Mulher Maravilha Terra Morta (2020) – resenha

Salve, salve, seres humanos da terra.
Hoje é dia de falar de quadrinhos e é hora de falar de Mulher Maravilha mais uma vez. Eu já disse que eu estou lendo muito coisa da maravilhosa né. Pois é, então vamos lá que Mulher Maravilha Terra Morta é uma baita história.

Mulher Maravilha é uma minissérie de quatro edições (de tamanho duplo, o que daria 8 edições de uma revista mensal de 24 páginas). A história saiu pelo selo Black Label, que deveria ser um selo para histórias mais adultas, mas que não afetam a cronologia da DC. Então você não precisa saber nada para ler essa história. Só precisa saber que a Mulher Maravilha é uma amazona, veio para o mundo do homem para trazer a paz, enfim, o básico.

A série é escrita e desenhada pelo Daniel Warren Johnson.

Então vamos lá.

Mulher Maravilha – Terra Morta:

Essa história em um mundo destruído. A civilização foi para o saco e tudo parece destruído. A história começa com um flashback rápido da Mulher Maravilha com a mãe, contando a origem, que ela vem do barro e é poderosa e tal.

Agora, no tempo presente da hq temos um grupo de exploração procurando recursos em um mundo devastado. Eles são atacados por um monstrão, que eles chamam de Haedra. Fugindo eles caem em um buraco, o monstro vai atrás e eles são salvos pela Mulher Maravilha, que estava presa em um tipo de câmara de suspensão.

A Mulher Maravilha luta com o monstro, consegue matar ele, mas acaba sendo mordida e ferida. Ela está sem os braceletes e sem parte dos poderes. Mas mesmo assim ela ainda é muito forte. Então vemos que, na verdade ela está na Batcaverna, que o Batman está morto, e que o mundo está completamente destruído.

O grupo vai para o acampamento Nova Esperança, onde alguns humanos tentam sobreviver. A parada parece um pequeno reinado, com direito a um líder tirano que coloca a Mulher Maravilha para lutar em um coliseu com a Mulher Leopardo estilo Mad Max.

Mas a luta não acaba porque a cidade/acampamento é atacada por um exército de criaturas e a Mulher Maravilha usa seus conhecimentos de guerreira para liderar a galera. No fim das contas ela passa de escrava a líder do acampamento. Tudo isso na primeira edição.

Em algum momento explicam que houve um “Grande Fogo” que fez isso com o mundo. Mas o que foi esse Grande Fogo?

Viagem à Temyscira (DAQUI PARA FRENTE TEM MUITO SPOILER):

A segunda edição começa com mais um flashback. Ficamos sabendo que a Diana tem o sangue de todos os Deuses, que ela é poderosa demais e que os braceletes servem para conter o poder dela. E tem a Núbia, que é a treinadora dela nesse universo.

A Mulher Maravilha não quer ficar vivendo nesse mundo de merda e também quer saber o que aconteceu com o mundo. Então ela chama a galera para ir morar em Themyscira, onde deve ter menos monstros radioativos, já que é uma ilha.

Daí eles viajam, andam para caramba, enfrentam mais Haedras até chegar na costa. Chegando na Costa, eles deixam todo mundo esperando, enquanto só o grupo principal vai até a ilha para ver ser tudo está bem. Chegando lá eles encontram Núbia e logo encontram a rainha Hipólita também. Mas ela virou uma Haedra!

Então, finalmente ela fica sabendo parte da história secreta desse mundo destruído. As Haedras são as Amazonas. E basicamente o mundo dos homens meteu umas bombas nucleares em Themyscira e deixou todas assim. Então na real os monstros são amazonas.

Luta, luta, luta, corre, corre, corre, no fim das contas a Mulher Leopardo montada num Pégaso, salva a Diana e ela deixa os homens para trás. “Vocês que explodiram a gente, vocês que explodam”.

Mas essa não é a virada principal. Ainda tem uma grande revelação.

Fortaleza da Solidão (agora eu vou contar tudo. esteja avisado):

Flashback da guerra e origem secreta da Mulher Leopardo. Amazonas monstras se preparando para ir para a guerra, de novo. E uma historinha com os humanos.

Então Diana e Bárbara decidem buscar conselhos com alguém que não é humano, o Superman. Então eles vão para a Fortaleza da Solidão.

Chegando lá, elas são atendidas por um daqueles robôs Superman, porque Clark está morto. E foi Diana quem matou.

A história é que estava rolando a guerra lá, dos homens com as amazonas, atiraram os mísseis nucleares na ilha, a Diana tirou os braceletes, parou alguns dos mísseis, mas não adiantou. Então o Superman chegou para pedir desculpas, mas ela já estava pistola.

Daí rola um belo flashback de luta (que vai aparecer aqui nas listas ainda), e essa luta, o confronto definitivo entre os maiores heróis, que é o grande fogo que matou todo mundo (todo mundo que não tomou míssil na cabeça). Até que a Diana mata o Superman na porrada com umas Kryptonitas.

No fim da edição, uma guria, Dee, chega lá, conta que vai ter guerra de novo, que elas precisam ajudar. Então a Mulher Maravilha se arma com uma arma peculiar. E a Dee recebe uma caixa do robô Superman.

Guerra (de novo):

Essa quarta edição é a grande batalha entre o que sobrou da raça humana (pelo menos naquela região dos Estados Unidos, que parece ser o que importa), contra as Amazonas/Haedras monstruosas do mal.

A história tem muita ação, muito luta, é bem maneiro, mas eu não vou ficar descrevendo a guerra aqui.

O grande lance é: Em algum momento a Diana vai ter que enfrentar a mãe dela e tudo vira uma briga de confiança. A Hipólita pergunta algo do tipo “Você vai enfrentar a gente para salvar essa galera de novo!?”.

E tem a parada da caixa, que tem a ver com um flashback que termina de amarrar a história. Depois da luta com o Superman, a Mulher Maravilha fica sob custódia do Batman e do robô Superman. Ele quem coloca ela na câmara de êxtase e fez uma parada para tirar o poder divino dela. Esse poder divino está na caixa, mas cabe a algum humano, no caso a Dee, voltar a confiar na Mulher Maravilha.

Tudo conduz para a luta final, com a Mulher Maravilha frente-a-frente com sua mãe-monstra-maneta, enquanto a Dee tem que decidir se devolve os poderes para a Diana ou não. Sabendo que esses poderes que acabaram com o mundo todo.

E eu não vou contar como acaba, mesmo tendo dado todos os outros spoilers.

Fim!

O que eu achei de Mulher Maravilha Terra Morta?

Quem acompanha o site sabe que eu gosto de quadrinhos cabeçudos, complexos e cheios de metalinguagem. Então é possível que eu não gostasse desse gibi porque ele é bem massa-velho, com guerra, explosão, monstros gigantes e os heróis agindo como um bando de loucos do caralho.

É quase um torture porn da destruição. Eu consigo imaginar o meu eu de 14 anos, rockeiro palha, achando muito maneiro usar a arma de coluna do Superman. Hoje em dia eu acho isso bem idiota.

Mas, mesmo assim, eu gostei do gibi. Se tem um motivo para você escrever histórias em mundos fora da cronologia, é para meter o louco e matar todo mundo e explodir a porra toda. Não acho que precisava de alguns maneirismos, mas no geral a história funciona porque não tem enrolação.

Uma história dessas tinha tudo para se arrastar tanto quanto Black Metal (que não acaba nunca), mas fechou ali em 4 edições, sucesso demais.

Outra coisa legal é que, mesmo que a Mulher Maravilha mate muito, fique doida e perca a fé, o final é relativamente positivo. Ela ainda é uma heroína da esperança apesar de tudo. Tudo mesmo. E ela não mata pessoas (mata amazonas, mas estão como monstros, então pode(?)). Então apesar dos massavelhismos, ainda me parece uma hq com o coração no lugar certo.

E a arte é linda demais. Eu nunca vi alguém desenhar monstros horríveis de forma tão bonita. Eu simplesmente adore a arte do Daniel Warren Johnson são demais. E a narrativa visual é maneira também.

Concluindo:

No Brasil saiu como um encadernado só, em capa dura, com umas 200 páginas. O preço está bem legal. Recomendo. E se comprar na Amazon pelo meu link, ainda me ajuda.

Então é isso. Mulher Maravilha Terra Morta é um baita gibi maneiro, gostei bastante.
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E tchau.