Homem Animal 16 e 17 (parte 8) – Consequências
Salve, salve, seres humanos, animais e super heróis da terra.
Hoje é dia de continuar com a minha série de resenhas da fase do Homem Animal sobre a batuta do genial, mas bem louco, Grant Morrison. Essa é uma das grandes séries em quadrinhos dos anos 80, mas eu já expliquei a importância dele lá na parte 1. Então vamos continuar.
Relembrando: depois de viajar para a África e ter a história totalmente rearranjada e adequada ao cenário pós-crise, tivemos duas histórias de transição. Uma trouxe o Buddy de volta para os Estados Unidos e, além disso, relebrou que existe um fantasma assombrando a família Baker. Na outra teve o Homem Animal enfrentando caçadores de golfinhos, que relembra a treta entre o herói e o governo (isso vai ser importante em breve), mas também o coloca como ecoterrorista.
Os Crimes Cronológicos do Comandante do Tempo – Homem Animal #16
Essa história se passa na França. Ela começa com a Ellen, esposa do Buddy, recebendo uma carta que diz que um dos seus livros vai ser publicado. Então o Homem Animal decide levá-la para Paris para comemorar. Isso é bem fácil, porque nessa época o Homem Animal fazia parte da Liga da Justiça Europa.
Enquanto isso, o Comandante do Tempo, um antigo vilão do Batman e do Lanterna Verde, redescobre seus poderes (ele não aparecia desde a Crise) e começa a bagunçar o tempo por toda a cidade. Ellen conheça alguns dos membros da Liga: Metamorfo, Homem Elástico e Soviete Supermo.
Logo eles percebem que Paris está uma bagunça, com dinossauros, aviões da segunda guerra e homens das cavernas aparecendo por aí. Acontecem algumas cenas de ação e a Liga segue para um cemitério onde o Comandante do Tempo está. O vilão está rejuvenescendo pessoas, e trazendo mortos de volta para seus entes queridos.
Começa uma luta e rapidamente o Comandante do Tempo derrota o Metamorfo, o Homem Elástico e o Soviete Supremo. Então o Homem Animal chega perto dele apenas para conversar. O tal vilão não parece mal. Ele acredita que, com sua magia do tempo, pode tornar o mundo mais interessante, enquanto os heróis e os médicos sempre chegam com seus martelos, sempre destroem tudo.
Então o Metamorfo quebra a ampulheta do Comandante do Tempo, e o tempo se despedaça. Ele fica transtornado, dizendo que queria que todos voltassem para o Éden, mas o Metamorfo não está nem aí e faz o que os heróis fazem, desmaia o vilão no soco.
O Homem Animal fica chateado pensando no sentido disso tudo, mas decide sair com a Ellen, afinal o dia é dela. Enquanto eles estão jantando eles são observados pelo Lennox, o assassino da edição 14.
Consequências – Homem Animal #17
Essa edição conta duas histórias em paralelo. De um lado temos o Lennox tretando com o Mestre dos Espelhos. O que ocorre é que o Lennox pegou o contrato com o governo no qual o Mestre dos Espelhos estava envolvido, resolver a questão do Homem Animal e toda essa luta dele pelo direito dos animais.
Enquanto isso, temos o Homem Animal atuando junto com uma célula eco-terrorista para libertar macacos que estão sendo cobaias de experimentos científicos de privação sensorial. Eles libertam os macacos e um dos terroristas ateia fogo no laboratório.
Logo depois, no dia seguinte, temos uma cena do Homem Animal brigando com o filho porque ele está comendo hamburger. E logo depois Ellen conta para ele que um bombeiro morreu tentando combater o incêndio. O Homem Animal fica muito culpado. Nessa cena aparece um uniforme preto de Homem Animal que vai ser importante no futuro. A Ellen diz que é um uniforme antigo, mas esse uniforme nunca tinha aparecido nos quadrinhos (importante lembrar que o personagem foi recentemente rebootado).
Roger, o amigo e empresário também dá uma lição de moral no Buddy e depois ele também apanha um monte em um programa de tv. Nesse programa temos uma fala muito simbólica: “Não sou o Superman, sou só um homem e cometo erros como todo mundo!”.
Em Glasgow, o Mestre dos Espelhos dá uma zoada no Lennox, deixando claro que é muito mais fodão do que um simples assassino profissional, e deixa um recado claro: “Cê ainda não sabe como essa história acaba. Mas nem de longe”.
Voltando para casa, o Homem Animal, descobre que recebeu uma visita. Em sua sala está o Highwater, o físico indígena que está atrás do Homem Animal desde a edição 10. E ele está sendo apagado do quadro, assim como o Hamed Ali foi.
Agora as coisas vão ficar estranhas de verdade.
O que eu achei dessas duas edições?
Essa história com a Liga da Justiça é muito boa, porque é divertida e triste ao mesmo tempo. Enquanto é uma história bem humorada com os bobões da liga, também é uma história reflexiva. “É isso que nós, os heróis, fazemos? Damos soco na cara de malucos?”. Além disso, temos aqui um primeiro vislumbre de um Homem Animal, mais triste e sem rumo. Isso vai ser importante em breve.
A segunda história retoma, agora com tudo, a coisa do Homem Animal ser um ecoterrorista (assim como a edição 15, dos golfinhos), mas traz um elemento novo e curioso que eu só reparei com clareza nessa minha leitura mais recente. Essa edição 17 saiu em novembro de 1989, mas coloca o Homem Animal nos anos 90. Já explico.
Essa edição coloca o Homem Animal como um herói com falhas, que apanha da opinião pública e é caçado pelo governo em aventuras sérias e comoventes. Além disso ele ganha um uniforme preto. Além disso, e mais importante, o antagonista dele deixa de ser um maluco mascarado, o Mestre dos Espelhos (lembra da luta deles na edição 8, como era tudo meio piada?), e agora tem como antagonista um cara de terno, com uma arma. Bem moderno e totalmente sem graça.
Além disso, o Comandante do Tempo representa o vilão antigo, com poderes mal explicados e motivações não muito claras. A surra que ele leva marca o fim da inocência. Ele diz: “É gente como eu que torna o mundo mais interessante.”, mas o tempo dele já acabou.
Crítica ao quadrinho muito adulto:
Essa crítica da “adultização” dos quadrinhos (processo que foi consequência de Watchmen, Cavaleiro das Trevas e A Piada Mortal) ele já tinha feito (de forma muito sutil) em Evangelho do Coiote, mas agora ela vai acontecer mesmo na vida do pobre Homem Animal.
Então perceba, que as coisas ficaram “muito adultas” mesmo depois do reboot do personagem da edição 12. A edição 12 é o Watchmen do Homem Animal. Anote o que eu estou dizendo.
Concluindo:
E com esse post eu encerro o segundo encadernado. Você não perde por esperar as maluquices do terceiro.
Toda a fase do Morrison saiu em 3 encadernados pela Panini. Essas duas edições são as últimas do segundo encadernado que você pode comprar pela Amazon clicando aqui.
Então é isso, esse foi o oitavo post dessa série das histórias do Homem Animal. Eu adoro essa fase.
E você, já tinha lido? Achou tudo tenso?
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Um abraço.
E tchau.